Este é um dos dados dos “Percursos Diretos de Sucesso” dos alunos do 3.º ciclo, um parâmetro criado pelo Ministério da Educação que contabiliza os estudantes que conseguem fazer os três anos (do 7.º ao 9.º) sem chumbar e com positiva nos exames nacionais de Português e Matemática.
No ano passado, apenas 44% dos alunos conseguiram concluir o 3.º ciclo com sucesso, segundo uma análise feita pela Lusa que teve em conta o percurso de 269.809 estudantes de 1.141 escolas.
Os dados do Ministério confirmam os vários estudos que indicam que o sucesso académico está fortemente associado ao meio socioeconómico dos alunos.
Entre os alunos com escalão A de Apoio Social Escolar (ASE), ou seja, entre os mais carenciados, 80% não conseguiram terminar o 9.º ano ou ter positiva nos dois exames.
Já entre os alunos com escalão B de ASE, a taxa de insucesso baixa para 67%.
Mas a grande diferença é quando se compara com os alunos sem necessidade de apoio: a maioria (53%) conseguiu concluir o 3.º ciclo com êxito.
No secundário, a situação socioeconómica também tem influência, mas não tem tanto peso no sucesso dos alunos como no ensino básico, já que as diferenças entre alunos estão mais esbatidas.
Se entre os estudantes com escalão A do ASE, 77% têm pelo menos um episódio de insucesso ao longo do secundário, entre os que não têm ASE a percentagem desce para 62%.
No básico a diferença é de 32 pontos percentuais e no secundário é de 15 pontos.
No ano passado houve menos percursos diretos de sucesso tanto no 3.º ciclo como no secundário, segundo uma análise feita pela Lusa aos dados disponibilizados pelo Ministério da Educação nos últimos anos, tendo em conta os alunos que entraram nos 7.º e 10.º anos no ano letivo de 2015/2016.
Mais uma vez, as raparigas voltam a ter mais sucesso e menos chumbos: no 3.º ciclo a percentagem de sucesso entre as raparigas foi de 49% versus 41% de rapazes e, no secundário, foi de 41% contra 32% respetivamente.
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