Entre 01 de janeiro e 15 de dezembro, a Gazprom vendeu a países fora da CEI 97.800 milhões de metros cúbicos, o que representa menos 80.200 milhões de metros cúbicos em relação ao mesmo período de 2021.

Desde que invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano, a Rússia diminuiu os seus fornecimentos de gás à Europa em reação às sanções que lhe têm sido impostas devido à guerra.

Os países europeus também têm procurado reduzir a sua excessiva dependência dos fornecimentos russos, recorrendo a outros mercados, como os Estados Unidos.

Segundo os dados citados pela agência espanhola EFE, a Gazprom produziu 394.100 milhões de metros cúbicos de gás entre 01 de janeiro e 15 de dezembro, o que representa uma diminuição de 19,6% (ou 96.300 milhões de metros cúbicos) relativamente a 2021.

A Gazprom anunciou também que as exportações de gás para a China estão a crescer através do gasoduto “Power of Siberia” ao abrigo de um contrato de longo prazo com a China National Petroleum Corporation (CNPC).

O gigante do gás russo argumentou que as entregas “excedem regularmente as quantidades diárias estipuladas no contrato”.

Algumas horas depois de terem sido divulgados os dados da Gazprom, o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Rússia vai aumentar o fornecimento de gás à Ásia para 88.000 milhões de metros cúbicos até 2030.

“Um passo importante para reduzir o impacto das sanções e outras ações hostis contra a Rússia será o desenvolvimento de infraestruturas portuárias e de condutas no sul e no leste, incluindo o aumento da exportação de gás natural”, disse.

Putin referiu que o aumento será possível com projetos como o campo de Kovyktinskoye na Sibéria, o gasoduto “Power of Siberia 2”, que passará pela Mongólia até à China, e a rota do Extremo Oriente.

Estes projetos aumentarão o fornecimento de gás à Ásia para 48.000 milhões de metros cúbicos até 2025, e 88.000 milhões de metros cúbicos até 2030, segundo Putin.

O líder russo disse também que os novos projetos de gás natural liquefeito em Yamal (norte) aumentarão a produção em 70.000 milhões de metros cúbicos até 2030, o que permitirá expandir a geografia das exportações.

A venda de petróleo da Rússia para países amigos aumentou quase 25% nos primeiros nove meses deste ano, disse ainda Putin numa reunião do Conselho para o Desenvolvimento Estratégico e Projetos Nacionais.

Na sequência do limite imposto pelo G7, Austrália e União Europeia ao petróleo russo, bem como do embargo da UE ao petróleo bruto através do transporte marítimo, Putin disse que a Rússia redirecionará o fornecimento dos seus recursos energéticos para os mercados de países amigos.

Continuará também a procurar novos parceiros promissores em regiões de rápido crescimento da economia mundial, designadamente, Ásia, América Latina, África e Médio Oriente, acrescentou.