O partido de extrema-direita de Jordan Bardella e Marine Le Pen, União Nacional (Rassemblement National), ficou à frente na primeira volta das eleições legislativas em França, com 33,15% dos votos, enquanto a Nova Frente Popular, de esquerda, ficou em segundo lugar com 28.14%. A coligação centrista de Emmanuel Macron ficou-se pelos 21.27%.

“O povo francês decidiu colocar o União Nacional e os seus aliados no topo da votação e basicamente aniquilou o bloco de Macron”, disse Marine Le Pen na sede do partido numa reação imediata aos primeiros números que a colocam Jordan Bardella  à frente nesta primeira volta.

O líder da Nova Frente Popular também reagiu apelando ao voto no próximo domingo.

Realizou-se hoje a primeira volta das eleições legislativas. Macron dissolveu a Assembleia Nacional no dia 9 de junho, depois do partido de extrema-direita, ter derrotado a sua aliança centrista nas eleições europeias.

A Assembleia Nacional francesa é composta por 577 deputados, eleitos por outros tantos círculos eleitorais: em cada um deles, só há um vencedor na primeira volta se alguém obtiver mais de 50% dos votos expressos e estes representarem, além disso, 25% do total do eleitorado. Dependendo dos resultados de cada circunscrição, dois, três ou mais candidatos podem ir para a segunda volta.

As sondagens mostram a aliança conservadora liderada pela União Nacional (RN, de extrema-direita) de Jordan Bardella e Marine Le Pen à frente dos rivais, com uma intenção de voto de cerca de 30%, mas não é claro que consigam alcançar a maioria absoluta que Bardella exige para governar sem dependência.

A ascensão da extrema-direita ao poder, pela primeira vez desde a libertação da ocupação nazi em 1945, pode adicionar mais um país na União Europeia governado por essa tendência, como aconteceu na Itália. Tal pode enfraquecer a política de apoio à Ucrânia de Macron. Embora o partido de Le Pen seja visto pelos críticos como próximo da Rússia de Vladimir Putin, o RN afirma apoiar Kiev enquanto procura evitar uma escalada com Moscovo.

Com uma participação histórica, às 17h00 do horário local, três horas antes do fechamento das urnas, a taxa de votação atingiu 59,39%, 20 pontos a mais do que no mesmo horário em 2022, segundo o Ministério do Interior.