A moção de censura da União Nacional (RN, na sigla em francês), de Marine Le Pen, é a segunda apresentada hoje, depois de o grupo independente LIOT ter anunciado uma iniciativa idêntica, com apoio de deputados radicais de esquerda.
“Vamos votar a favor de todas as moções de censura apresentadas”, disse a deputada da RN Laure Lavalette, citada pela agência francesa AFP.
A reforma das pensões defendida pelo governo do Presidente Emmanuel Macron inclui o aumento da idade da reforma para 64 anos, a partir dos atuais 62.
Macron fez aprovar a reforma do sistema de pensões na quinta-feira, sem passar pela Assembleia Nacional, usando um artigo da Constituição que permite evitar a aprovação parlamentar.
De acordo com sondagens, a maioria dos franceses opõe-se à reforma, que desencadeou manifestações e greves em todo o país nas últimas semanas, segundo a AFP.
Para derrubar o Governo, uma moção de censura necessita de uma maioria absoluta na Assembleia Nacional (AN), ou seja, 287 votos.
A coligação que elegeu Macron e os Republicanos têm 305 deputados, dos 577 da AN, o que poderá tornar difícil a aprovação de uma moção de censura.
A aprovação da reforma levou milhares de manifestantes a concentrarem-se na Praça da Concórdia, em Paris, na quinta-feira à noite, tendo a polícia anunciado a detenção de 120 pessoas por provocarem danos.
Já hoje, os protestos interromperam o trânsito e fecharam universidades em Paris.
Os trabalhadores de saneamento que fizeram greve também bloquearam uma estação de coleta de lixo que abriga o maior incinerador da Europa.
Os estudantes universitários saíram das salas de aula para se juntarem às greves que afetaram diversos setores profissionais.
Vários grupos convocaram os opositores do Presidente para uma marcha até ao Parlamento, no final da tarde de hoje.
Entre esses grupos estão os “coletes amarelos”, que organizaram protestos contra as políticas económicas de Macron durante o seu primeiro mandato.
A intersindical que luta contra a reforma do sistema de pensões convocou reuniões para este fim de semana e um nono dia de greve e manifestações para 23 de março.
Comentários