Os rumores sobre as suas proezas em relação ao sexo feminino abundam em Cuba, mesmo antes dos dias em que, de barba negra, liderava a guerrilha escondido nas montanhas. Estas histórias continuaram a ser contadas durante as quase cinco décadas que esteve no poder, e mesmo depois de ter morrido sexta-feira passada, aos 90 anos.
Alguns contam que Fidel Castro teve milhares de mulheres. O New York Post colocou a cifra em 35.000, num artigo publicado em 2008. O número foi divulgado por um antigo funcionário, sem nome.
A jornalista Ann Louise Bardach escreveu um livro em 2009, no qual refere que Fidel Castro lhe disse que foi pai de quase uma tribo de crianças.
Mas é difícil separar a verdade da lenda.
O próprio Fidel Castro raramente falava sobre a sua vida privada.
“A vida privada, na minha opinião, não deve ser instrumento de publicidade ou política”, afirmou, em 1992.
Gostava de louras e seduziu uma série de norte-americanas, alemãs e italianas entre 1950 e 1960, dizem.
Em 1959, mesmo depois de chegar ao poder, Fidel Castro teve um ‘affair’ com jovem alemã, Marita Lorenz, que afirmou ter sido contratada pela CIA para o matar.
Marita Lorenz perdeu a coragem, deitou os comprimidos venenosos fora e acabou no Habana Hilton com Fidel Castro, contou a própria, em 1993, em entrevista à Vanity Fair. Fidel tinha um misterioso poder sobre ela desde o dia em que a conheceu, com 19 anos, contou. “Quando Fidel fala contigo, ele fala muito perto. Ele olha para os teus olhos”, dizia Marita Lorenz. “Ele doce, terno. Acho que nunca ninguém esquece verdadeiramente o seu primeiro amor”, recordou.
Os historiadores afirmam que Fidel Castro teve pelo menos três mulheres, apesar dos rumores de amantes secretas e muitos filhos.
“Politicamente falando, como um revolucionário, recuso-me a misturar a política com a minha família. Na verdade, a ideia de primeira-dama parece-me ridícula”, disse ao cineasta Oliver Stone, num documentário em 2003.
No documentário, Fidel Castro revelou que nunca foi casado com Dalia Soto del Valle, a loira de olhos verdes, 15 anos mais nova, com quem viveu na década de 80.
Ele conheceu a antiga professora em 1961, durante uma campanha de alfabetização do seu Governo, e teve cinco filhos com ela: Alejando, Alex, Antonio, Alexis e Angel.
Segundo Fidel Castro, o seu primeiro casamento foi apenas em 1948 com Mirta Diaz-Balar, uma estudante de filosofia de uma família rica.
Juntos tiveram um filho, Fidelito, um físico nuclear com 67 anos de idade.
O casamento acabou quando Fidel Castro foi preso, depois de um ataque fracassado contra um quartel do Exército, em 1953, início da sua carreira revolucionária.
Divorciou-se em 1954, porque Mirta Diaz-Balar aceitou um emprego no Ministério do Interior.
Mas, em 1952, já tinha um caso com Natalia “Naty” Revuelta, uma loura que também era casada.
Juntos tiveram uma filha, Alina, em 1956, que deixou Cuba, em 1993, e agora vive em Miami.
Fidel Castro também teve outro filho em 1955, Jorge Angel, com Maria Laborde, uma ativista do seu movimento, com que teve um caso.
Mas, a mulher mais influente na sua vida foi Celia Sanchez, uma rebelde, que foi sua confidente e secretária pessoal até à sua morte, em 1980.
Com exceção de Alina, todos os filhos de Fidel Castro vivem em Cuba, onde são mantidos fora do foco da imprensa.
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