“A safra hoje foi dentro do que era expectável, em relação à abundância de sardinha que sabemos existir no mar. Pescámos sardinha da melhor qualidade e tamanho que pode existir”, disse à agência Lusa António Lé, da organização de produtores Centro Litoral.
Por outro lado, a aceitação do mercado à sardinha pescada “correspondeu às expectativas” do armador: em lota, o cabaz de sardinha (22,5 quilos) começou a ser vendido a 32 euros e terminou em 24 euros - o que corresponde a um preço por quilo entre 1,4 e um euros.
“Está acima da média dos preços de início de safra”, sublinhou António Lé.
A frota de pesca de sardinha que deixou o porto da Figueira da Foz nas primeiras horas da madrugada de hoje, era constituída por dez embarcações, nove da Centro Litoral.
“Encontraram, desde a saída da barra até sul, cardumes extensos, densos de sardinha. Capturaram sardinhas de 20 a 22 peças por quilo”, explicou António Lé.
A operação de cerco – desde largar as redes até meter o peixe capturado na embarcação – demora cerca de uma hora e decorreu, segundo o armador, ao nascer do dia, tendo os barcos regressado ao porto de pesca a partir das 08:00 de hoje.
A pesca da sardinha é feita a uma distância que varia entre as duas a seis milhas marítimas da costa (entre 3,7 km a cerca de 11 km), dependendo de onde se encontram os cardumes: “Tudo depende, o peixe anda consoante a temperatura da água, as correntes e uma série de outros fatores. Onde ele estiver é onde estamos nós”, enfatizou.
“Hoje apanhámos a sul, porque fomos para sul. Se fossemos para norte apanhávamos a norte de certeza absoluta. A norte as informações que há é que os cardumes são iguais ou maiores e isso é dado pelas informações do IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera] no navio cientifico que andou a avaliar os recursos de sardinha”, indicou António Lé.
Apesar de na manhã de hoje os mercados municipais da Figueira da Foz e de Buarcos terem as bancas de peixe fechadas, como habitualmente à segunda-feira, segundo o armador, as grandes superfícies da cidade “que concorrem com os mercados, já têm sardinha de hoje, pelo menos as da Figueira”.
Sobre o despacho da secretária de Estado das Pescas que impõe um descanso semanal de 48 horas aos pescadores, com horários diferentes por zonas do país – de Caminha à Figueira da Foz entre as 00:00 de sábado e as 00:00 de segunda-feira – António Lé frisa que neste município litoral do distrito de Coimbra “sempre foi assim”.
“Isso decorre do hábito, dos usos e costumes e do descanso semanal do horário laboral dos pescadores”, alegou.
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