Em declarações à Lusa, o comandante distrital de operações de socorro de Faro afirmou que o número de operacionais vai ser reduzido ao longo do dia, uma vez que, apesar das temperaturas elevadas, o vento “já não se faz sentir com tanta intensidade como nos últimos três dias”.
Vítor Vaz Pinto, que referiu que o incêndio já provocou uma área ardida de aproximadamente 2.200 hectares, apelou à população para que não adote comportamentos de risco, atendendo à situação meteorológica, que é caracterizada nesta semana por temperaturas muito elevadas.
“Gostaria de apelar para que não se usem os espaços florestais para piqueniques com recurso a pequenas fogueiras, que não se façam queimas, e muito menos queimadas, e também que se evite a utilização de máquinas agrícolas cujo manuseamento possa causar faíscas”, alertou.
Às 11:00 mantinham-se no terreno 378 operacionais, apoiados por 123 veículos, dois helicópteros – um de coordenação e um de ataque – e oito máquinas de rasto.
A vigilância ativa, que deverá manter-se nos próximos dias, está a ser feita “com sapadores florestais, bombeiros e militares das Forças Armadas”, estando já no terreno dois pelotões desta força e a caminho mais dois, frisou Vítor Vaz Pinto.
Apesar de quantificar a área ardida em mais 2.200 hectares, o responsável sublinhou que é a GNR que está a fazer esse levantamento e que, neste momento, a principal preocupação é garantir que não há reativações.
O incêndio florestal teve início na sexta-feira ao início da tarde, em Vilarinha, freguesia de Bordeira, concelho de Aljezur, alastrou-se a Lagos e Vila do Bispo, e foi dado como dominado às 09:10 de sábado e como extinto às 19:58 de domingo.
No sábado, a GNR identificou um homem de 44 anos pela ignição do incêndio, quando praticava atos agrícolas, tendo sido o próprio a alertar as autoridades.
O homem estava a efetuar trabalhos de gestão de combustível, com recurso a uma moto roçadora, que entrou em sobreaquecimento após três horas de utilização, provocando a emissão de fagulhas provenientes do escape e, consequentemente, o incêndio.
Segundo a GNR, apesar de ainda ter tentado extinguir o incêndio com recurso a uma mangueira, não conseguiu, atendendo ao acentuado declive do terreno e às condições climatéricas, o que levou a que o mesmo se propagasse.
O fogo obrigou a deslocar 35 pessoas e atingiu barracões ilegais e caravanas, mas ninguém solicitou o apoio das autoridades para encontrar local para pernoitar, apesar de a Câmara de Vila do Bispo ter preparado locais para o efeito.
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