“Onde está a lavrar com mais alguma intensidade é no lado da Lombada, já numa zona mais próxima das casas, mas, como sempre fui afirmando, […] nos arredores das habitações as viaturas inclusive estavam paradas já próximo às casas porque é nessa encosta que está a ser combatido o fogo”, afirmou Célia Pessegueiro, em declarações à agência Lusa, cerca das 16h00.
Caso as chamas se propaguem para mais perto das residências, “qualquer intervenção é relativamente fácil”, assegurou a autarca, considerando que estão “bastantes meios” no terreno.
“Em caso de necessidade e de salvaguardar as casas e os bens das pessoas, é possível deslocar todos os meios que estão alocados àquele sítio para junto às habitações”, reforçou.
Questionada pela Lusa, Célia Pessegueiro disse ainda que o concelho nunca esteve sem focos de incêndio ativos, ao contrário do que afirmou o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, em declarações aos jornalistas, às 11:00, no Pico do Areeiro.
“É estranho uma afirmação desse tipo quando os meios aéreos inclusive foram deslocados para cá”, apontou, referindo que tanto o helicóptero do Serviço Regional da Proteção Civil como os dois aviões Candair têm operado no município.
Segundo a presidente da Câmara, “notou-se uma diferença na intensidade do fogo durante algum tempo” numa zona, mas nos locais onde a vegetação é muito mais densa continuou a lavrar.
“Não dá a perceção de ser um fogo descontrolado, no entanto, o facto de estar junto de uma zona de vegetação mais densa e, apesar de à distancia percebermos que há ali combate, […] há momentos em que o fogo leva vantagem e faz chama”, descreveu.
Relativamente a uma eventual retirada de pessoas das habitações, atendendo às características do local, não deverá ser preciso, mas se a situação se agravar “é só deslocar momentaneamente as pessoas para uma outra posição”.
“Os bombeiros estão mesmo junto à última habitação do sítio, as casas estão todas junto à estrada, portanto a intervenção é muito rápida e eu tenho a convicção de que não chegará mesmo junto às casas”, sustentou Célia Pessegueiro.
Às 11:00 de hoje Miguel Albuquerque afirmou que o incêndio registava apenas uma frente ativa, a norte do Pico Ruivo, sublinhando que a situação estava “mais calma”.
“Só temos neste momento um pequeno foco na zona norte do Pico Ruivo [concelho de Santana], na zona alta do Caldeirão do Inferno, e o que estamos a averiguar é se existem condições para o helicóptero atacar esse núcleo de fogo”, afirmou então.
O presidente do Governo Regional acrescentou que na zona da Lombada, concelho da Ponta do Sol, tinham sido efetuadas de manhã descargas de água “para arrefecer a zona, para não haver reacendimentos, não havendo por isso focos ativos.
O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou no dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana. Entretanto, vários focos foram sendo extintos.
As autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção dos da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos. O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas ou de infraestruturas essenciais.
Alguns bombeiros receberam assistência por exaustão ou ferimentos ligeiros, não havendo mais feridos.
Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.002 hectares de área ardida.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas Miguel Albuquerque disse tratar-se de fogo posto.
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