"A mesma constatação da primeira volta domina os resultados: os franceses fizeram greve às urnas numa proporção inédita", pode ler-se no editorial da edição de hoje do Le Monde.
Este quotidiano aponta como principais pistas não só o desinteresse pela política, mas especialmente a nova organização das regiões adotada em 2015, que tem um efeito positivo "a nível económico", mas que serviu "para afastar os eleitores dos seus eleitos".
Já o jornal Libération, posicionado mais à esquerda, defende que sem um "eletrochoque" para os motivar, os franceses permaneceram num "mutismo ininterpretável".
No entanto, nem tudo está perdido, defende o Le Monde, lembrando que o "sismo democrático" das regionais não se deve reproduzir nas eleições presidenciais.
O jornal Le Figaro, mais à direita, dedica o seu editorial à vitória de vários presidentes de região da direita e defende que, com a maioria no senado, mais de 100 deputados na Assembleia Nacional e sete regiões ganhas no domingo, os ideais de direita "mostram-se maioritários" no país.
"O principal inimigo da direita hoje é ela própria", refere o jornal, indicando que ainda não há certezas sobre quem será o candidato às presidenciais, mas que uma primária entre as principais personalidades pode prejudicar um resultado a nível nacional.
Na extrema-direita, segundo o Le Monde, Marine le Pen, cujo partido não ganhou nenhuma região, deve querer perceber o porquê da "deserção" dos seus eleitores.
"Reconciliar os franceses com a política é agora uma ardente obrigação" para todos os partidos políticos, concluiu o Le Monde.
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