O líder dos conservadores alemães, Friedrich Merz, foi hoje eleito chanceler no parlamento (Bundestag) depois de uma primeira tentativa falhada esta manhã.

Merz tinha falhado a maioria necessária na primeira volta da eleição para chanceler, com a sessão a ser interrompida. Depois de reuniões à porta fechada, os grupos parlamentares decidiram avançar com uma segunda volta.

O líder da União Democrata-cristão (CDU) toma posse como 10.º chanceler pós-Segunda Guerra Mundial, depois de ter alcançado um acordo de coligação com os sociais-democratas do SPD.

Merz seguiu para o Palácio Bellevue, onde será oficialmente nomeado chanceler pelo presidente federal Frank-Walter Steinmeier. Depois deverá ir para o Bundestag para fazer o juramento de posse, tal como os 17 ministros federais.

O Bundestag elegeu o líder da União Democrata Cristã (CDU, na sigla em alemão) com 325 votos a favor, nove a mais do que a maioria exigida de 316. Os partidos da coligação que formará o novo governo, CDU/CSU e Partido Social Democrata (SPD) têm 328 lugares no Parlamento.

“Agradeço a vossa confiança e aceito a eleição”, declarou Merz depois de revelado o resultado, em resposta à pergunta da Presidente do Bundestag, Julia Klöckner.

Friedrich Merz tinha falhado a maioria necessária na primeira volta da eleição para chanceler, com a sessão no Bundestag a ser interrompida. Na primeira votação secreta obteve 310 votos a favor, menos seis do que a maioria necessária de 316, um resultado surpreendente.

O líder da CDU, de 69 anos, que deveria suceder a Olaf Scholz, prometeu dar prioridade à unidade e à segurança europeia face às ameaças da nova administração norte-americana de Donald Trump e à guerra em curso na Ucrânia, após a invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.

Internamente, Merz quer promover ideias como a redução dos impostos sobre as empresas para renovar o modelo económico alemão, o que poderá ser bloqueado pelo parceiro de coligação, o Partido Social-Democrata (SPD).

As políticas de imigração deverão ser um dos focos de Merz, com um agravamento e rejeição dos requerentes de asilo sem documentos nas fronteiras do país, apesar de a Comissão Europeia já ter salientado a necessidade de uma abordagem coletiva e unificada sobre migração.

*Com Lusa