Os vencedores vão receber até 50 mil euros/ano cada no âmbito do Programa Humaniza – Apoio Integral a Pessoas com Doenças Avançadas, depois de ter sido lançado em outubro de 2018 um concurso para movimentos associativos com intervenção relevante junto destes doentes e respetivas famílias.
Foram igualmente selecionados um projeto para promover redes comunitárias para apoiar pessoas com doença avançada e/ou incurável e outro que prevê o uso da música para humanizar os espaços onde estão os doentes.
Segundo a informação disponibilizada pela Fundação “La Caixa”, montante a atribuir a cada entidade vencedora será determinado de acordo com a dimensão do projeto e “pretende ser um complemento às políticas públicas em cuidados paliativos”.
O projeto “Comunidades Compassivas: Laços de cuidam”, da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, tem como objetivo criar duas comunidades compassivas, no âmbito da Campanha Internacional para as Cidades Compassivas, ao apoiar pessoas com doença crónica, progressiva e incurável, em particular as que estejam a ser seguidas por equipas comunitárias de cuidados paliativos
Este trabalho, que decorrerá em dois distritos a selecionar em Portugal continental, visa também proporcionar ferramentas que ajudem a saber cuidar e acompanhar os doentes e famílias através de ações de sensibilização e formação e criar redes comunitárias entre cidadãos e organizações da sociedade civil, bem como promover a inclusão e coesão social.
Outro dos vencedores é o projeto “(dês)cobrir a ELA: Estar perto de quem está longe”, da Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica, e pretende desenvolver diversas ações para mapear os doentes com Esclerose Lateral Amiotrófica e suas famílias que residem no interior do país, onde se considera que as respostas de apoio são escassas.
O trabalho vai desenvolver-se em Portalegre, Setúbal, Beja, Évora, Braga e Viana do Castelo e deverá identificar estruturas de saúde e apoio social regionais que possam acompanhar doentes com ELA, sobretudo em fase avançada da doença, e as suas famílias.
“Caixa da Música” é o nome do terceiro projeto vencedor, promovido pela Associação Portuguesa de Música nos Hospitais e Instituições de Solidariedade e que prevê intervenções musicais junto de pessoas em fase avançada da doença e seus familiares, em como profissionais de saúde.
Segundo explica a fundação “La Caixa” na descrição dos projetos vencedores, “os músicos circularão na instituição, tocando e interagindo musicalmente, respeitando os espaços físicos e psicológicos, sem interferir com a rotina dos serviços”.
O objetivo deste projeto, que vai decorrer na Póvoa de Varzim, é utilizar a música para promover o bem-estar psicossocial e espiritual, humanizando os espaços de convivência e de trabalho, melhorando a qualidade de vida de doentes, acompanhantes e todos os profissionais que trabalham em cuidados paliativos.
A ideia é “criar tempos e espaços de criatividade e interação artística em que haja uma comunicação harmoniosa e uma partilha construtiva de emoções, promovendo a diminuição de sentimentos negativos quanto à institucionalização e a diminuição do isolamento social em fim de vida”, explica a fundação.
O quarto projeto vencedor é promovido pelo Grupo de Amigos dos Cuidados Paliativos do Hospital Divino Espírito Santo de Ponta Delgada e pretende aumentar a literacia em cuidados paliativos da população açoriana.
O “IntegrAçores - Cuidados Paliativos Integrais para Todos” prevê a criação de um programa de voluntariado de apoio aos doentes e suas famílias, integrado nas equipas de cuidados paliativos da Ilha de São Miguel, tanto em contexto familiar como hospitalar.
Pretende igualmente “formar profissionais de saúde de todas ilhas açorianas para melhorar a abordagem paliativa”, bem como “integrar uma plataforma de registo que permita melhor cooperação entre profissionais de cuidados paliativos das diferentes ilhas”.
Além disso, este projeto, que vai decorrer em 19 concelhos distribuídos pelas nove ilhas do arquipélago dos Açores, visa ainda facilitar o acesso a ajudas técnicas a doentes em cuidados paliativos em situação de dependência e/ou com mobilidade condicionada.
A Fundação” La Caixa”, com sede em Espanha, iniciou em 2018 a sua implantação em Portugal, consequência da entrada do BPI no Grupo CaixaBank.
O apoio a pessoas com doenças avançadas e seus familiares é uma das linhas estratégicas do seu plano de ação, no qual também se destacam o fomento do emprego junto de grupos vulneráveis, o apoio a projetos de investigação e a divulgação da cultura e da ciência.
Em comunicado, a fundação diz que mantém o seu compromisso de alcançar um investimento de até 50 milhões de euros anuais nos próximos anos, quando todos os seus programas estiverem a funcionar em pleno.
O apoio aos projetos agora selecionados terá a duração de um ano, com possibilidade de renovação por um período máximo de três anos, dependente do cumprimento dos objetivos e dos resultados estabelecidos para o projeto, que serão avaliados anualmente.
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