Leslie. 28 feridos e mais de duas mil ocorrências. O que se sabe até agora

O que se sabe até agora:

• A EDP Distribuição declarou hoje o Estado de Emergência para o distrito de Coimbra, o mais grave previsto no seu plano de atuação, e admite recorrer a meios internacionais para reparar os danos;
• A EDP admite que os danos são "muito significativos" na rede de distribuição de energia e não dá ainda uma data para a conclusão dos trabalhos de reposição;
• Altice Portugal diz que cerca de 50 mil clientes de rede fixa foram afetados pela tempestade Leslie;
• Passagem do Leslie causou 28 feridos ligeiros - três dos quais operacionais da Proteção Civil — e 61 desalojados ou deslocados, 57 dos quais no distrito de Coimbra, um em Leiria e três em Viseu;
• Existem informações contraditórias relativamente a mortes provocadas pela passagem da tempestade. Duas pessoas faleceram nessa noite, mas autoridades não relacionam as mortes com  a tempestade;
• Foram registadas 2.495 ocorrências até às 12h00 de domingo — desde quedas de árvores, a movimentos de massas, inundações, a quedas de estruturas, tendo o vento sido o fenómeno que causou maior número de ocorrências;
• Mais de 300 mil pessoas ficaram sem energia elétrica, cerca de 200 linhas de alta/média tensão ficaram fora de serviço. No entanto, às 14h00 de domingo, o número reduziu para 100 mil pessoas sem acesso a eletricidade.
• No terreno estiveram 8.217 operacionais.
• Coimbra, Leiria, Aveiro, Viseu, Lisboa e Porto foram as zonas mais afetadas, por ordem de gravidade;
• Período crítico: entre as 23h00 de sábado e as 04h00 de domingo (hora de Portugal Continental).
• O INEM ativou uma Sala de Situação Nacional para acompanhar e articular com as restantes entidades de Proteção Civil os efeitos da passagem do Leslie;
• A final do Europeu feminino de hóquei em patins entre Portugal e Espanha foi suspenso no sábado, a 2.13 minutos do fim, devido a uma falha generalizada no fornecimento de energia elétrica;
• Alerta especial amarelo será mantido por prevenção até às 00h00 desta segunda-feira.
• Proteção Civil descartou envio de sms de alerta sobre o Leslie porque não existe protocolo criado para o efeito — o único protocolo existente é para situações de fogos rurais — e porque a rota do furacão Leslie, que depois se converteu em tempestade, era incerta.

Ocorrências por distrito:

Coimbra

• O presidente do município de Soure estimou que o concelho tenha sofrido prejuízos de um milhão de euros em equipamentos municipais;
• Em Coimbra, as Piscinas de Celas, que sofreram danos graves, estão encerradas e a circulação de troleicarros na cidade está interrompida;
• Na segunda-feira não haverá aulas em nenhum nível de ensino na Figueira da Foz, por questões de segurança;
• O porto de pesca e as empresas instaladas na zona industrial da Gala, na Figueira da Foz, sofreram prejuízos elevados na sequência do furacão Leslie;
• Tempestade provoca um morto em Montemor-o-Velho;
• Uma rajada de vento atingiu os cerca de 176 quilómetros por hora no sábado à noite na Figueira da Foz, valor mais elevado registado em Portugal, indicou este domingo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
• Todas as escolas e jardins-de-infância de Montemor-o-Velho estarão encerradas na segunda-feira na sequência da passagem da tempestade Leslie pela região Centro;
• Árvores caídas, carros danificados, telhados que voaram e um restaurante completamente destruído. Leslie deixa rasto de destruição na Figueira da Foz;
• 800 pessoas ficaram retidas no Centro de Artes e Espetáculos (CAE) da Figueira da Foz, após ter faltado a eletricidade durante um concerto de Carminho. Abandonaram o espaço após instruções da Proteção Civil;
• Passagem do Leslie deixou cinco pessoas desalojadas na Figueira da Foz, mas sem feridos a assinalar.
• Ventos fortes provocaram estragos na marginal de Buarcos, Figueira da Foz. A intensidade do vento aumentou por volta das 22h00 e levantou uma cobertura de uma esplanada junto a uma unidade hoteleira desta cidade do distrito de Coimbra.
• Lar de idosos em Montemor-o-Velho ficou sem telhado;
• Pavilhão das Meãs em Montemor-o-Velho tem danos estruturais muito graves que vão impedir a continuidade do funcionamento daquele espaço e outros pavilhões, como o municipal, que ficaram igualmente sem telhado.
• Três famílias de Condeixa-a-Nova ficaram desalojadas, piscinas municipais inutilizadas e danos em zona industrial.
• Soure decreta calamidade pública após prejuízos em 90% das habitações;
• Mira ativou o plano municipal de emergência;
• O Jardim Botânico de Coimbra foi encerrado temporariamente e edifícios da Universidade de Coimbra ficaram danificados (nas janelas e telhados);
• Leslie arrancou a cobertura do Pavilhão Jorge Anjinho e criou estragos na academia e no estádio da Académica de Coimbra;
• Cerca de 80 roulotes ficaram danificadas ou destruídas no Parque de Campismo de Cabedelo, na Figueira da Foz;
• Este domingo, a Comissão Distrital da Proteção Civil ativou o Plano Distrital de Emergência de Coimbra.

Leiria

• Leslie desalojou 50 utentes de parque de campismo no concelho de Alcobaça;
• Cerca de 60 pessoas que estavam na Praia da Vieira, no concelho da Marinha Grande foram realojadas, depois de as tendas terem voado, na sequência da passagem do Leslie;
• Na A17, que liga Leiria a Aveiro, várias árvores caíram ao longo desta via, o que condicionou a circulação durante a madrugada de domingo. No entanto, domingo de manhã a circulação nas principais estradas de Leiria já tinha retomado a normalidade;
• Além da queda de árvores e estruturas, o mau tempo provocou ainda uma fuga de gás num restaurante, mas sem registo de feridos;
• Horas depois da passagem do Furacão Leslie na Praia da Vieira, no concelho da Marinha Grande, no distrito de Leiria, era visível o rasto da destruição em restaurantes, casas, apoios de praia e Polícia Marítima.

Aveiro

• Mata Nacional do Bussaco encerrada ao público devido à queda de dezenas de árvores;
• Registo de prejuízos em várias empresas, na sinalética, em edifícios particulares e municipais, e em carros;
• Uma família desalojada;
• Autarquia não vai decretar emergência municipal.

Viseu

• Mais de 70 árvores caíram no concelho de Viseu, na sequência da passagem do Leslie;
• 73 ocorrências relativas à queda de elementos de construção em estruturas edificadas.

Lisboa

• Mau tempo. A1 reaberta no sentido norte/sul em Soure após corte devido a queda de árvore;
• Retomadas ligações fluviais no rio Tejo;
• Cerca de 30 voos foram cancelados sábado à noite, nos aeroportos de Lisboa e do Funchal;
• Mau tempo obrigou a encerrar espaços exteriores abertos ao público na ModaLisboa;
• A marginal entre a Parede e Carcavelos foi encerrada ao trânsito ao início da noite de sábado no sentido Cascais-Lisboa devido à ondulação.
• Apoio aos sem-abrigo em Lisboa: Todas as unidades de acolhimento temporário estiveram abertas sábado à noite. As estações de metro do Saldanha e de Arroios estarão abertas nas horas mais críticas — até às 3h00.
• Insólito: EMEL envia mensagem a alertar para passagem do Leslie... no dia seguinte.

Porto

• Quedas de árvores, telhas de casas destruídas pela força do vento e infiltrações de água foram até ao início da madrugada os "maiores problemas" verificados no Grande Porto devido à passagem do furacão Leslie;
• A queda de uma árvore em Senhora da Hora provocou o corte da linha do metro de Matosinhos e o corte das duas vias de trânsito da Rua da Lagoa;
• A queda de um poste de iluminação pública numa rua da Trofa provocou um apagão naquela via, logo após se começarem a sentir os efeitos da tempestade tropical Leslie;
• A queda de um poste de alta tensão em Valongo deixou cerca de 30 casas sem eletricidade;

Recomendações:

• Em caso de urgência ligue para o 112.
• Evite passear ou conduzir junto às zonas costeiras ou zonas com árvores;
• Carregue as baterias de telemóveis e outros dispositivos para precaver eventuais falhas de eletricidade.

O furacão Leslie perdeu intensidade, mas ganhou velocidade e mudou de trajetória no sábado, com passagem na faixa entre Setúbal e Porto. O apelo da Proteção Civil era para que as pessoas permanecessem em casa. Entre as principais preocupações estava a queda de estruturas, queda de árvores, a afetação das redes de transporte de energia elétrica e de comunicações, galgamentos costeiros por força da agitação marítima e preocupações em torno da segurança rodoviária, sendo desaconselhável conduzir no período crítico — que durou até às quatro da madrugada.

Em caso de necessidade, ligue 112.

(Notícia atualizada às 23:06 de 14/10/2018)