Os trabalhos da rede World Weather Attribution (WWA) concluem que sem as alterações climáticas, o furacão teria tocado terra na Florida na categoria 2, ao invés da categoria 3, de acordo com a escala Saffir-Simpson, que mede a intensidade dos ventos numa escala até cinco níveis.
De acordo com a agência americana de observação oceânica e atmosférica (NOAA), os riscos de prejuízos são multiplicados por quatro a cada aumento de categoria.
A análise do grupo WWA indica igualmente que chuvas similares às do furacão Milton são hoje cerca de duas vezes mais prováveis devido ao aquecimento global, que já é de 1,3oC em relação à era pré-industrial.
A análise rápida, publicada apenas dois após a passagem do Milton pela Florida, é menos aprofundada do que os estudos frequentemente realizados por deste grupo de investigadores internacionais.
Os investigadores publicaram na quarta-feira um trabalho detalhado sobre o furacão Hélène, que atingiu a Florida duas semanas antes do Milton, portanto, com muitos fatores semelhantes.
Os resultados do Milton são também consistentes com outros relativos a furacões na mesma zona, de acordo com a WWA.
“Estamos, por isso, confiantes no facto de que as mudanças nas fortes chuvas (do Milton) são imputáveis às alterações climáticas de origem humana”, escreveu o grupo na sua análise.
A rápida intensificação do Milton foi favorecida “por temperaturas muito elevadas da superfície do mar no Golfo do México”, acrescentam.
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