Até ao final de 2023, o extremo sul da avenida da República, em Vila Nova de Gaia, terá um novo constrangimento ao trânsito: as obras do prolongamento da Linha Amarela do Metro do Porto obrigam ao encerramento do túnel de Santo Ovídio, que passa por baixo da rotunda para onde confluem as ruas de Conceição Tomás, Soares dos Reis e António Rodrigues Rocha, pouco depois da saída da A1.
Numa visita à obra da futura estação de Manuel Leão, junto à RTP e à Escola Secundária Soares dos Reis, o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, referiu que “este é um momento importante” para a a empresa. “Na próxima semana, no dia 2 de novembro, vamos proceder ao encerramento do túnel de Santo Ovídio, porque vamos avançar com a ligação da estação de Santo Ovídio atual.”
A estação de Santo Ovídio é atualmente o final da linha amarela no lado sul. Mas dali partirá o traçado que ligará a zona norte do concelho do Porto até Vila d’Este, já bem dentro de Gaia. Ao todo, nascerão três novas estações, incluindo esta na rua do Rosário e uma em frente ao Hospital Santos Silva. As obras começaram em março deste ano e devem prolongar-se até ao final de 2023.
A interrupção da circulação no túnel servirá para a construção do viaduto que liga a atual extensão da linha ao túnel — cuja escavação já arrancou, junto ao hospital Santos Silva.
Aos jornalistas, Tiago Braga deixou claro que não havia alternativa ao corte do túnel de Santo Ovídio, quer por razões técnicas, quer por razões de segurança.
“Apelamos a alguma paciência.(…) Não havia outra alternativa. Para fazermos esta ligação tínhamos mesmo de ocupar aquele espaço quer por questões técnicas — nós vamos construir uma laje paralela à laje existente, porque vamos alargar aquele canal —, quer por questões de segurança, que impediriam qualquer tipo de utilização junto do túnel.”
Tiago Braga adiantou ainda que o túnel será reaberto assim que houver condições técnicas e de segurança: “A nossa previsão, neste momento, são 18 meses, [mas] tudo faremos para encurtar esse período. Assim que houver condições técnica e de segurança para abrir o túnel, nós assim o faremos”, disse.
Também o presidente da câmara municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, sublinhou a inevitabilidade destes constrangimentos, assumindo desde já que as vias de acesso alternativas vão ficar “sobrecarregadas”.
“O que se pode esperar é alguma confusão adicional. O túnel de Santo Ovídio já nos retirava cerca de 40 mil carros da rotunda diariamente e, portanto, agora essa distribuição vai se fazer sempre com ónus. Vai sobrecarregar o IC23, vai sobrecarregar a A44, vai sobrecarregar as nacionais, nomeadamente a Nacional 1”.
O autarca adiantou ainda que foram reforçados o transporte público e o policiamento, na medida em que, “em condições normais, a rotunda de Santo Ovídio é também zona para alguns excessos de estacionamento indevidos e até de paragem de autocarros”. “Vamos cingir isto aos transportes públicos e pedir a compreensão de todos”, disse.
A circulação rodoviária no túnel de Santo Ovídio está já condicionada desde 18 de outubro, dia em que foi suprimida uma das vias no sentido norte.
Fazendo um ponto de situação dos trabalhos, Tiago Braga indicou ainda que, nesta altura, as obras de prolongamento da Linha Amarela estão “em velocidade cruzeiro”, prevendo-se que ainda esta semana iniciem os trabalhos “do embocamento sul, em frente à [futura] estação do Hospital de Gaia”.
Salientando que está a ser cumprido, de uma forma global, o plano traçado para a empreitada de expansão desta linha, o presidente da Metro do Porto afirmou ser intenção ter a “operação concluída a 31 de dezembro de 2023”.
“A nossa previsão e intenção continua a ser claramente o 31 de dezembro de 2023, é esse o nosso compromisso. Haverá uma fase de pré-operação, eu diria que no início de 2024, quando digo início falo em janeiro, a linha estará em condições de ser utilizada comercialmente”, afirmou.
O valor desta empreitada, adjudicada ao consórcio Ferrovial/ACA, é de 98,9 milhões de euros.
Quer o porto, quer Vila Nova de Gaia vivem uma situação difícil com várias obras a decorrer em simultâneo: para além das obras na Linha Amarela, está também a nascer a Linha Rosa, que ligará São Bento ao Campo Alegre e, daí, a Gaia; o tabuleiro inferior da Ponte Luís I foi também recentemente encerrado para obras.
*Com Lusa
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