Segundo o chefe da diplomacia portuguesa, que falava à saída de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), em Bruxelas, além de demonstrar “a solidariedade e apoio para com a Ucrânia e para com o povo ucraniano”, a deslocação de Biden envia “uma mensagem também muito clara para o Presidente [russo, Vladimir] Putin”.
“No sentido daquilo que a maior parte do mundo já percebeu, mas parece que ele não compreendeu: que ele não vai ganhar esta guerra”, referiu.
Comentando que “há momentos em que gestos são mais eloquentes do que longos discursos”, João Gomes Cravinho considerou que “a visita do Presidente Biden é particularmente eloquente”.
“Julgo que a visita do Presidente Biden demonstra muito claramente que estamos muito unidos, nos Estados Unidos e na União Europeia, em relação à Ucrânia e que não deixaremos cair a Ucrânia”, declarou.
Durante uma visita surpresa hoje realizada a Kiev, Joe Biden prometeu mais armamento à Ucrânia e garantiu ao país o apoio inabalável dos Estados Unidos diante da invasão russa.
“Vou anunciar a entrega de outros equipamentos essenciais, incluindo munições de artilharia, sistemas de antiblindagem e radares de vigilância aérea”, disse Joe Biden, segundo um comunicado da Presidência norte-americana.
Além desta ajuda adicional à Ucrânia no valor de 500 milhões de dólares (467 milhões de euros), Joe Biden referiu que esta semana anunciará mais sanções contra a Rússia.
Biden fez este anúncio numa declaração ao lado do seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, no Palácio Mariinsky, em Kiev.
“Um ano depois, Kiev está de pé. E a Ucrânia está de pé. A democracia permanece viva”, afirmou Biden.
Zelensky agradeceu a presença do líder dos Estados Unidos em Kiev e revelou que falaram “sobre armas de longo alcance e armas que ainda poderiam ser fornecidas à Ucrânia, mas não foram fornecidas antes”, sem dar mais pormenores.
A Casa Branca não tinha anunciado a visita de Biden a Kiev por motivos de segurança.
A visita do Presidente dos Estados Unidos à Ucrânia acontece numa altura em que Biden está a tentar manter os aliados unidos no apoio a Kiev, já que os dois lados se preparam para intensificar as ofensivas assim que tiver início a primavera.
Zelensky tem pressionado os aliados para acelerar a entrega do armamento prometido e tem pedido ao Ocidente que envie aviões caça, algo que Biden tem recusado.
O objetivo da visita de Biden a Kiev – e depois a Varsóvia – é sublinhar que os Estados Unidos estão preparados para se manter ao lado da Ucrânia durante “o tempo que for necessário” para repelir as forças russas, apesar de as sondagens indicarem uma diminuição do apoio público à ajuda económica e militar direta.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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