Ana Paula Zacarias, em declarações à agência Lusa, à margem de uma visita à Central Geotérmica do Pico Vermelho, no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, disse que “se está a fazer tudo o que é possível” para salvaguardar os interesses da região ultraperiférica dos Açores no Quadro Financeiro Plurianual 2021-2017.
“Em todas as negociações que vamos fazendo ao nível dos regulamentos tenho sempre uma preocupação muito grande em relação às regiões ultraperiféricas. E, seja a nível nacional, ou com os outros dois parceiros, Espanha e França, temos tidos a preocupação de acautelar tudo o que tem a ver com os níveis de financiamento”, referiu.
A responsável adiantou que se está a “ver todos os detalhes para evitar cortes na política de coesão, importante para a região autónoma dos Açores”, visando manter os valores “aos níveis adequados”.
O ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, disse a 18 de outubro, no Funchal, que o Governo "não compreende" a proposta orçamental da Comissão Europeia que aponta para a redução do fundo de coesão e da taxa de cofinanciamento europeia.
"Consideramos que a política de coesão, assim como a Política Agrícola Comum, deverá pelo menos manter uma dimensão idêntica à do quadro anterior", afirmou o governante, na abertura da 46.ª Assembleia Geral da Conferência das Regiões Periféricas e Marítimas (CRPM).
Ana Paula Zacarias, na sequência da visita à central geotérmica, referiu que, em termos de energia, no quadro comunitário, embora desconheça se há algum apoio específico para a geotermia - sendo esta uma energia renovável que requer um considerável volume de investimento inicial e manutenção - “com certeza que poderá haver alguma coisa nesta matéria que é fundamental”, uma vez que é um “valor acrescentado nos Açores”.
A secretária de Estado dos Assuntos Europeus, que se fez acompanhar na visita à Central Geotérmica do Pico Vermelho pela representante da Comissão Europeia em Portugal, Sofia Colares Alves, e pela diretora Regional da Energia dos Açores, Andreia Carreiro, teve a oportunidade de assistir a um ‘briefing’ sobre energia geotérmica.
Duarte Ponte, presidente do conselho de administração da Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA) lembrou, durante a visita, o investimento previsto a curto prazo de 26 milhões de euros na realização de novos furos geotérmicos nas ilhas de São Miguel e Terceira, visando aumentar ainda mais a taxa de penetração das energias renováveis no sistema elétrico dos Açores.
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