Em Braga, durante a apresentação do Projeto “Baterias 2030”, Matos Fernandes acrescentou que a exploração do lítio não é um sopesar entre interesses económicos e interesses ambientais, mas sim “um sopesar entre interesses ambientais e interesses ambientais”.

“Este Governo nunca teve nenhum projeto de fomento mineiro. Nós temos um projeto industrial que pretende aproveitar os recursos que o país tem mais diferenciadores e que são mais fundamentais para os novos dois pilares da economia; a digitalização e a descarbonização”, referiu.

Para o ministro, “fazer melhor é aproveitar os recursos”.

“É inevitável nós aproveitarmos da forma mais inteligente e acrescentando o maior valor possível àquilo que são o conjunto dos nossos recursos, entre os quais o lítio. Ter lítio é essencial para a digitalização e para a descarbonização”, sublinhou.

Nessa perspetiva, disse que a exploração do lítio tem de ser vista como um sopesar entre interesses ambientais e interesses ambientais.

“Não é sopesar interesses económicos e interesses ambientais, é sopesar interesses ambientais e interesses ambientais. Sempre que os interesses ambientais locais forem prejudicados mais do que aquilo que é o ganho ambiental geral, a mina não será feita”, afirmou.

Questionado pelos jornalistas sobre a Mina do Barroso, em Boticas, distrito de Vila Real, Matos Fernandes disse que só avançará se a avaliação de impacto ambiental for positiva.

“Temos muita expectativa sobre aquilo que vai ser a decisão desta avaliação de impacto ambiental”, acrescentou, sublinhando que será uma comissão “completamente independente do Governo” a decidir se aquela mina avança ou não.

Liderado pela empresa dst, de Braga, o projeto “Baterias 2030” junta 14 empresas e nove centros de investigação, que vão investir 8,3 milhões de euros na criação de formas alternativas de gerar, armazenar e distribuir energia elétrica.

A face mais visível da iniciativa será a construção de um laboratório vivo, no centro da cidade de Braga, com o apoio do município, para demonstrar como as baterias vão ser determinantes nas redes elétricas do futuro próximo, em particular nas zonas mais densamente povoadas.

Até junho de 2023, os parceiros do “Baterias 2030” vão trabalhar em conjunto para criarem tecnologias com base em linhas de investigação que se encontram em diferentes fases de maturidade, de modo a mudar a forma como a energia é produzida, armazenada e gerida.