“Já temos um conjunto de iniciativas previstas para responder às diferentes situações, seja mobilizando instrumentos de formação profissional, a que os trabalhadores possam, por via das empresas, recorrer enquanto esta paragem estiver a acontecer, seja facilitando as prestações sociais a que porventura tenham direito, para que possam ser processadas da forma mais ágil possível”, disse à agência Lusa Miguel Fontes.
“O governo está a acompanhar de perto a situação e amanhã (terça-feira) vamos receber a Comissão Coordenadora das Comissões de Trabalhadores das Empresas do Parque Industrial da Autoeuropa, numa reunião em que estará a senhora ministra do Trabalho, eu próprio e também o secretário de Estado da Economia”, acrescentou.
Miguel Fontes referiu ainda que o Governo tem falado com os responsáveis da Autoeuropa, mas lembrou que “a situação não se esgota apenas na própria Autoeuropa”.
“Há todo um conjunto de empresas que são prestadoras de serviços à Autoeuropa. O objetivo é podermos conhecer a situação dessas empresas, em que medida esta paragem as afeta, e tentar encontrar a pluralidade de situações que seja necessário para tentar minimizar os impactos desta paragem, nomeadamente ao nível do emprego, que é a dimensão que mais nos preocupa”, frisou.
Por outro lado, acrescentou o secretário de Estado do Trabalho, “o Governo também está a desenvolver esforços para garantir que as empresas dispõem dos instrumentos e dos apoios necessários para poderem atravessar esta fase com mais tranquilidade, face a uma situação não programada, mas que teve obviamente um impacto grande na atividade destas empresas”.
Miguel Fontes referiu ainda que os contactos com a Autoeuropa visam perceber a situação de todos os trabalhadores e empresas afetadas pela paragem de produção na Autoeuropa, que teve início hoje e que se poderá prolongar até 12 de novembro, de acordo com a estimativa da própria Autoeuropa.
“Nós temos relatos de várias situações. Temos de trabalhadores que pertencem à Autoeuropa, temos trabalhadores que estão em regime de trabalho temporário na Autoeuropa, temos os trabalhadores que pertencem às empresas que estão sediadas no Parque da Autoeuropa e que têm a Autoeuropa como único cliente. E depois temos a fileira das empresas que têm vários clientes, mas algumas delas em que a Autoeuropa representa um peso muito significativo da sua faturação. E cada uma destas empresas adotou estratégias diferentes”, lembrou o governante.
Segundo Miguel Fontes, na fileira de fornecedores da Autoeuropa, além das 19 empresas instaladas no parque industrial, há mais 86 empresas.
A Autoeuropa foi forçada a uma paragem de produção de nove semanas devido às dificuldades de um fornecedor da Eslovénia fortemente afetado pelas cheias que afetaram aquele país no inicio do passado mês de agosto.
A paragem de produção já levou ao despedimento de 300 trabalhadores temporários e com contratos a termo, 100 da fábrica de automóveis da Volkswagen, e cerca de 200 de diversas empresas instaladas no parque industrial da Autoeuropa, em Palmela, no distrito de Setúbal.
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