Em declarações aos jornalistas no final da cimeira da NATO, que se realizou em Washington, com o ministro da Defesa Nacional ao lado, Luís Montenegro foi questionado se o aumento do investimento em defesa que anunciou nesta reunião incluía a valorização de salários dos militares.

“Dentro da componente de incremento da despesa na área da defesa, está também previsto o investimento nos recursos humanos. Isso passa por várias decisões, desde a valorização das condições de apoio a ex-combatentes, até incentivos para tornar mais atrativa a carreira militar e, naturalmente, atualizações remuneratórias”, respondeu.

Montenegro salientou que o Governo já tinha “assumido o compromisso de encetar esse trabalho” depois de alcançar um acordo com as forças de segurança.

“Como sabem, foi alcançado esta semana e, portanto, tranquilamente, vamos, com certeza, com a liderança do Sr. Ministro da Defesa Nacional, fazer os contactos que são necessários para poder pôr esse processo em marcha”, disse.

O primeiro-ministro deixou “uma palavra de grande reconhecimento à paciência” e à contenção dos militares.

“Muitas vezes não seria fácil enfrentar, do ponto de vista público, um processo que estava ali a correr ao lado e que, de forma indireta, também lhes dizia respeito. Mas eu anotei como um indício, que não é novidade para mim, de uma postura responsável, de uma postura ao nível daquilo que se espera de quem representa a autoridade do Estado”, elogiou.

Questionado se a valorização dos salários dos militares poderá estar em linha com o que foi dado aos polícias – um aumento de cerca de 300 euros -, o primeiro-ministro não se quis comprometer com valores.

“Eu não me vou estar a comprometer com um quantitativo, vou apenas dizer que o Governo está empenhado na valorização remuneratória dos militares, nesta tripla dimensão de dar apoio aos ex-combatentes, tornar atrativo o recrutamento para as

Forças Armadas e dar justiça a critérios de remuneração e produção nas carreiras”, disse.

Montenegro vincou que este esforço será feito “não comprometendo o equilíbrio das contas públicas”, e deixou um recado implícito ao anterior Governo do PS.

“Também não seremos daqueles que guardarão a colheita de impostos que possa acontecer por parte das pessoas e das empresas, impondo sacrifícios injustificados a quem serve o Estado e, através do Estado, serve os cidadãos e serve a nossa sociedade”, frisou.