Mário Cláudio foi distinguido pelo livro “Tríptico da Salvação”, escolhido por um júri constituído pelos professores, escritores e ensaístas José Manuel de Vasconcelos, Ana Paula Arnaut, António Pedro Pita, Cândido Oliveira Martins, Isabel Cristina Rodrigues e José Carlos Seabra Pereira.
Esta é a terceira vez que Mário Cláudio conquista o Grande Prémio APE, depois de o ter vencido em 1984, com “Amadeo”, e, em 2014, com “Retrato de Rapaz”.
De acordo com o anúncio do vencedor, ocorrida no passado mês de julho, a decisão do júri foi por maioria, sublinhando-se “o invulgar domínio da língua portuguesa e o modo como [o autor] prende a atenção do leitor, criando linhas de expectativa na composição do xadrez narrativo”.
“Tríptico da Salvação”, editado pela Dom Quixote, “volta a pôr em cena a extraordinária competência do autor para recriar ambientes: cores, sons, sabores”, justificou o júri.
Mário Cláudio é o pseudónimo literário de Rui Manuel Pinto Barbot Costa, nascido em 1941, no Porto. Licenciou-se em Direito e lançou o seu primeiro livro em 1969, um livro de poesia intitulado “Ciclo de Cypris”.
Com uma obra que se estende pelo conto, novela, crónica, teatro, escrita infantojuvenil, ensaio e romance, Mário Cláudio já recebeu várias distinções literárias, nomeadamente o Prémio PEN-Clube Português de Novelística, o prémio D. Dinis da Casa de Mateus e o Prémio Pessoa (2004), pela conjunto da obra.
Mário Cláudio foi agraciado com as comendas da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, de ‘Chevalier des Arts et des Lettres’, atribuída pelo ministério francês da Cultura, e da Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
No final do ano passado, recebeu o título de doutor ‘honoris causa’ da Universidade do Porto, pelos 50 anos de vida literária e pela colaboração cívica que desenvolve a partir daquela cidade.
A escolha de Mário Cláudio, pelo júri desta edição do prémio não foi unânime, porque Isabel Cristina Rodrigues votou em “A Visão das Plantas”, de Djaimilia Pereira de Almeida, uma das finalistas.
Os outros finalistas do prémio, anunciados pela APE, foram “O Gesto que Fazemos para Proteger a Cabeça”, de Ana Margarida de Carvalho, “Homens de Pó”, de António Tavares, e “A Luz de Pequim”, de Francisco José Viegas.
O Grande Prémio de Romance e Novela, instituído em 1982 e com 15 mil euros de valor monetário, é uma iniciativa da APE com o apoio da Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB), da Câmara Municipal de Grândola, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Camões Instituto.
A sessão de entrega do prémio conta com a presença do secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva.
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