Relativamente à adesão, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) disse que “cerca de 50%” dos trabalhadores aderiram à greve nestes quatro dias, mas a administração da PSML contradiz, afirmando que, “no âmbito geral, foi registada uma adesão à greve de 8,3% na empresa”, que é responsável pela gestão de parte do património cultural de Sintra, no distrito de Lisboa.
“Mantivemos todos os equipamentos operacionais”, afirmou à Lusa fonte do conselho de administração da PSML, defendendo que “era completamente impossível” a empresa funcionar e abrir parques e monumentos se se tivesse registado o nível de adesão apontado pelo STAL.
Em declarações à agência Lusa, Carlos Faia Fernandes, dirigente do STAL, confirmou que todos os equipamentos geridos pela Parques de Sintra abriram nestes quatro dias de greve, que estiveram em funcionamento através de substituição de trabalhadores, referindo que houve dificuldades em abrir monumentos de menor dimensão, nomeadamente o Convento dos Capuchos.
Este domingo, os monumentos geridos pela PSML no perímetro florestal da serra de Sintra, como o Palácio da Pena, estiveram encerrados, mas devido às condições meteorológicas, com temperaturas altas e elevado risco de incêndio, mas essa situação não se reflete nos dados de adesão à greve.
O sindicalista Carlos Faia Fernandes indicou que, nestes quatro dias, os monumentos estiveram a funcionar com “muitos condicionamentos”, inclusive filas nas entradas, e com “dificuldades para a manutenção do património”, dando como exemplo o Palácio da Pena que esteve “a funcionar com apenas cinco vigilantes”, lembrando que se trata de “um monumento muito grande para tão pouca gente”.
Contestando essa informação, a administração da empresa informou que, durante o período de greve, “no Palácio da Pena estiveram a trabalhar 23 pessoas envolvidas na parte operacional da visitação do público”, sendo que o expectável para esta época alta era estarem 28.
Em causa está uma greve convocada pelo STAL, por não se rever em algumas cláusulas do novo acordo de empresa da PSML, que já foi assinado entre a administração e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap).
A PSML gere os palácios de Sintra, da Pena, de Queluz e Monserrate, o Parque dos Mouros e o Castelo dos Mouros.
A administração da Parques de Sintra revelou ainda que, até ao momento, 64% dos cerca de 320 trabalhadores já assinaram o novo acordo de empresa, que foi disponibilizado a partir da passada segunda-feira.
“É entendimento da administração que este é um bom acordo, que os trabalhadores estão a aderir ao acordo, que não aderiram à greve, como é manifesto por se ter mantido os equipamentos abertos”, realçou fonte da administração, acrescentando que o processo negocial está encerrado.
O STAL reivindica um acordo de empresa que “não contenha as cláusulas de desregulação de horários e de local de trabalho, como a adaptabilidade e a possibilidade de ficarem privados da sua hora de almoço”, defendendo ainda um subsídio de transporte ou alternativa para os trabalhadores com local de trabalho nos palácios mais afastados.
Em 28 de julho, a administração da PSML assinou a revisão do acordo de empresa com o Sintap, para “uma tabela salarial idêntica à dos trabalhadores da administração pública”, um aumento imediato de 52 euros, acrescido de mais 1% com efeitos retroativos a 01 de janeiro de 2023 e um aumento do subsídio de refeição.
Está também prevista a garantia de aumentos para os próximos anos nunca inferior a 52 euros, a integração da ‘adaptabilidade’ no salário (pago a 14 meses quando anteriormente era pago a 12 meses) e uma valorização generalizada de todas as carreiras, segundo a empresa.
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