Segundo Francisco Figueiredo, do Sindicato dos Trabalhadores da Industria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, “há mais de 60 escolas” com a cantina fechada devido à paralisação dos trabalhadores da empresa que ali assegura as refeições, sendo que em alguns dos estabelecimentos de ensino “estão a ser dadas sandes” às crianças, o que “é ilegal” por violar o direito à greve.
“Há trabalhadores que não têm contrato, outros a quem foi reduzida a carga horária e respetivo salário, e há trabalhadores a quem não foi reconhecida a categoria [profissional] (…). A Uniself não está a cumprir o caderno de encargos”, disse Francisco Figueiredo esta manhã, no Porto, em frente às instalações da Direção Regional de Educação do Norte, onde decorreu uma concentração que reuniu mais de 30 trabalhadores da empresa que é responsável pela exploração de cantinas escolares.
Segundo o dirigente sindical, “o Ministério tem conhecimento desta situação, pese embora responsabilidade seja em primeiro lugar da Uniself, e a verdade é que a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) tem que tomar medidas”, em especial fazer com que se cumpra o caderno de encargos.
“As crianças têm de ir para casa almoçar, nós não somos responsáveis pelas crianças, são os pais. Nós estamos em luta, um direito fundamental que tem de ser respeitado”, disse, acrescentando que “os pais têm obrigação de tomar conta das crianças, evidentemente”.
Para Francisco Figueiredo, “a responsabilidade é da DGEstE, que “sabe que havia a greve e tinha que encerrar as escolas”.
No âmbito deste protesto está, segundo o sindicato, o facto de a Uniself “não ter honrado” os compromissos assumidos nas reuniões realizadas na sequência da transmissão da exploração do serviço de refeições das cantinas escolares da Gertal e da Itau para a Uniself.
Na concentração desta manhã, os trabalhadores aprovaram uma moção na qual admitem cumprir uma nova greve em dezembro “se a empresa não responder positivamente” a um conjunto de reivindicações.
A “contratação de todos os trabalhadores que trabalharam no ano letivo anterior e que ficaram de fora este ano”, a “reintegração de todos os trabalhadores despedidos”, o “pagamento de prémios e subsídios de transporte” que eram pagos pelas anteriores concessionárias, a “reposição da carga horária e do salário auferido” no ano anterior, a “garantia da carga horária mínima de 20 horas semanais” e “que sejam garantidos os produtos a tempo e horas e em quantidades suficientes” para que seja possível organizar o trabalho são algumas das reivindicações.
A Lusa contactou o Ministério da Educação e a Uniself para obter mais esclarecimentos, mas tal ainda não foi possível.
Na concentração, os trabalhadores mostravam cartazes e proferiam palavras de ordem como “caderno de encargos tem de ser respeitado”, “Precariedade não, emprego com direitos sim”.
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