A greve no INEM, que começou a 30 de outubro e terminou apenas na última quinta-feira, dia 7 de novembro, terá contribuído para pelo menos dez mortes nos dias em que se registaram atrasos no atendimento de urgência.

Durante esta semana, sete mortes estavam já a ser investigadas pela PGR, nomeadamente casos em Almada, Lamego, Cacela Velha e Vendas Novas, sendo que, entretanto, foram confirmadas mais três mortes, duas delas em Pombal. A última pessoa a falecer, de acordo com o jornal Mensageiro de Bragança, terá sido um homem de 84 anos que estava em coma desde o passado sábado, na sequência de um engasgamento, tendo falecido na noite desta sexta-fera.

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu já um inquérito a estes casos, anunciou a entidade também sexta-feira.

O processo de inquérito incide sobre "as situações noticiadas, nos últimos dias, sobre os eventuais atrasos no atendimento realizado pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica", adianta a IGAS na resposta à Lusa.

Os funcionários do INEM iniciaram no dia 30 de outubro uma greve às horas extraordinárias para pedir a revisão da carreira e melhores condições salariais, paralisação que suspenderam na quinta-feira, após o sindicato ter chegado a um acordo com o Ministério da Saúde.

Esta segunda-feira, recorde-se, a greve obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112.