“A adesão não é uniforme. Temos serviços que aderiram a 100%, serviços que aderiam a 50% e serviços em que a adesão foi nula”, adiantou à Lusa vice-presidente da Associação Sindical Portuguesa de Enfermeiros (ASPE).
Os enfermeiros iniciaram hoje uma greve por tempo indeterminado, de duas horas por turno, nos dias úteis, nas unidades locais de saúde de São João e Santo António (Porto), de Coimbra, Santa Maria e São José (Lisboa).
Segundo Álvara Silva, os serviços de medicina interna registaram uma adesão mais elevada, tendo em conta que são onde as “dificuldades e a sobrecarga de trabalho é maior”, e a menor verificou-se nos serviços cirúrgicos.
“Há uma forte pressão para continuar a dar resposta à atividade médica cirúrgica e aí a adesão foi menor”, reconheceu a vice-presidente da ASPE, para quem os números de adesão não são “uma questão que esteja a preocupar” a estrutura sindical.
Na terça-feira, a associação sindical espera uma adesão superior à verificada hoje, disse ainda a dirigente sindical, ao salientar que esta greve é “diferente e nunca foi utilizado este modelo entre os enfermeiros”.
“A verdade é que muito poucos enfermeiros podem estar ausentes dos serviços porque os números de enfermeiros considerados como mínimos nesta greve são em tudo semelhantes aos normais do dia-a-dia”, referiu Álvara Silva.
A paralisação, que decorre no turno da manhã entre as 09:30 e as 11:30 e no turno da tarde entre as 16:30 e as 18:30, visa exigir, entre outras reivindicações, a atualização salarial, o fim dos limites à progressão das carreiras e uma quota mínima de 35% de enfermeiros na categoria de especialistas.
Estão garantidos serviços mínimos para a prestação de cuidados de enfermagem urgentes e inadiáveis por duas horas, bem como para tratamentos em curso de quimioterapia, radioterapia, administração de sangue e derivados e antibioterapia.
A greve abrange centros de saúde e hospitais (consultas externas, internamentos e serviços de imagiologia e de outros exames de diagnóstico ou de terapêutica).
Comentários