Segundo Hélder Sá, da Federação Nacional de Sindicatos Independentes da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesinap), a paralisação nos setores da saúde, educação e municípios terá atingido, no Norte, os 90%.

Na área metropolitana de Lisboa, na educação a greve terá tido um impacto da ordem dos 60% e na saúde de 50%, indicou, reconhecendo que foi inferior ao registado na paralisação de 04 de novembro.

De acordo com Hélder Sá, “muitas consultas foram adiadas” e houve escolas que ou não funcionaram ou fizeram-no com “números insuficientes de trabalhadores”.

A greve afetou ainda, com menos expressão, os municípios, registos e notariados e outros serviços públicos, referiu.

Segundo o líder sindical, a adesão é “de louvar”, afirmando que é preciso ”continuar a luta”, para que o Governo “não olhe só para as carreiras especiais, para as forças de segurança e olhe também para as carreiras gerais da administração pública”.

A Fesinap pediu, entretanto, reuniões às tutelas em causa.

“Se não formos ouvidos em breve, durante o mês de janeiro, depois de fazermos uma ronda pelos vários serviços para falar com os trabalhadores, decidiremos quais são outras formas de continuar a reivindicar e se serão greves parciais, se serão setoriais, se será uma greve geral da administração pública”, referiu.

O vice-secretário-geral Fesinap disse esta semana, em declarações à Lusa, que um dos motivos que levaram à convocação desta greve diz respeito às declarações do ministro da Educação, na passada sexta-feira, quando o governante afastou a hipótese de ser criada uma carreira especial para os trabalhadores não docentes das escolas, uma das principais reivindicações dos assistentes operacionais.

“Isto está a causar grande desconforto”, apontou, acusando ainda Fernando Alexandre de “desconhecimento do que se passa nas escolas”, ao ter referido que a proposta do Governo pretende que os trabalhadores que lidam diretamente com os alunos possam dedicar-se, em exclusivo, às funções educativas, deixando as restantes tarefas para outros assistentes operacionais.

Por outro lado, Helder Sá indicou ainda que, apesar de a carreira de técnico auxiliar de saúde ter entrado em vigor em janeiro, há Unidades Locais de Saúde que não integraram os profissionais na lista.

Entre as principais reivindicações desta federação está “a subida de um nível remuneratório para todos os trabalhadores com, pelo menos, 10 anos de serviço com vínculo de emprego público integralmente realizado, independentemente do tipo de contrato” e “desde que não tenha progredido via Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP)”.