A realização da vigília junto da sede da DGRSP, em Lisboa, foi marcada pelo Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) como forma de protesto pelas recentes afirmações de Celso Manata, em entrevista ao jornal Expresso, em que referiu que "houve uma denúncia de corrupção que pode explicar a fuga", podendo ter havido "uma atuação dolosa ou negligente por ação ou omissão da parte do pessoal".
A realização da vigília junto da sede da DGRSP, em Lisboa, foi marcada pelo Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) como forma de protesto pelas recentes afirmações de Celso Manata, em entrevista ao jornal Expresso, em que referiu que "houve uma denúncia de corrupção que pode explicar a fuga", podendo ter havido "uma atuação dolosa ou negligente por ação ou omissão da parte do pessoal".
O presidente do SNCGP, Jorge Alves, presente na vigília, referiu que na afirmação de Celso Manata "ficou lançada a ideia de que só há uma de duas situações que permitiriam a fuga: corrupção ou negligência".
Segundo Jorge Alves, o pessoal da guarda prisional "sentiu-se ferido na sua dignidade porque, diariamente, nas cadeias", inclusivamente na prisão de Caxias, onde ocorreu a fuga de três reclusos, "trabalham nas condições que trabalham e fazem o melhor que podem para que estas situações (fugas) não aconteçam".
Um dos objetivos da vigília, precisou o presidente do SNCGP, é que a tutela perceba que "o corpo da guarda prisional faz o que pode e faz muito para que a vida nas cadeias corra o melhor possível".
"O resultado deste trabalho são as estatísticas que indicam que há cada vez menos fugas das cadeias", enfatizou.
A este propósito, revelou ainda que a maioria das 52 fugas ocorridas no sistema prisional, nos últimos cinco anos, foi protagonizada por reclusos que se encontravam em regime aberto.
O protesto, ao som de apitos e com a exibição de bandeiras do sindicato, visa também alertar para o défice de guardas prisionais nas cadeias e contra a falta de segurança no Estabelecimento Prisional de Caxias.
A manifestação dos guardas prisionais está a ser vigiada por vários agentes da PSP, que montaram um perímetro de segurança no local.
No dia 19 de fevereiro, três reclusos, dois chilenos e um português, fugiram na madrugada do EP de Caxias através da janela da cela que ocupavam, tendo dois sido capturados em Espanha. O recluso português continua fugido das autoridades.
A fuga mereceu a instauração de um processo de averiguações, a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção da Direção-Geral, mas segundo Jorge Alves “duas semanas após o ocorrido nenhum guarda prisional que estava de serviço em Caxias foi ouvido”.
A diretoria de Lisboa da Polícia Judiciária também está a investigar o caso.
O Sindicato do Corpo da Guarda Prisional marcou uma greve para os dias 21, 22 e 23 deste mês, para protestar contra a falta de guardas e contra a falta de segurança na prisão de Caxias.
A prisão de Caxias, “como a maior parte dos estabelecimentos prisionais, não tem o efetivo mínimo exigido para garantir uma segurança adequada e um maior acompanhamento dos reclusos”, bem como a sua reabilitação para que “eles possam viver menos a prisão”, afirmou Jorge Alves.
“Não queremos é que nos obriguem a nós a viver a prisão no dia-a-dia, porque sentimo-nos mais presos hoje em dia do que os próprios reclusos, a quem dão mais liberdade do que à guarda prisional”, frisou.
“Não querendo desrespeitar ninguém, parece que os bandidos são os guardas prisionais e não é isso que nós queremos”, sustentou o sindicalista.
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