Numa intervenção numa conferência organizada no Dia Mundial dos Oceanos, o ex-primeiro-ministro português salientou que “mais de três mil milhões de pessoas dependem dos oceanos para os seus modos de vida, a grande maioria das quais em países em vias de desenvolvimento”.

“Muitos dos benefícios que o oceano global nos dá estão a ser destruídos pelas nossas próprias ações”, afirmou António Guterres, apontando um “ataque continuado dos humanos aos mares, oceanos e recursos marinhos”.

Uma das vertentes desse ataque é a quantidade de poluição por plásticos, que “sufocam os mares, dos atóis mais remotos às fossas oceânicas mais profundas”, indicou.

Outro aspeto tem a ver com as emissões de dióxido de carbono que “contribuem para o aquecimento dos oceanos e a sua acidificação”, que levam à perda de biodiversidade e “ameaçam zonas litorais densamente povoadas”.

“A pesca em excesso anual significa perdas de 90 mil milhões de dólares”, apontou, pondo em risco a sobrevivência de pequenas empresas que dependem da pesca.

“No nosso esforço para recuperarmos da pandemia da covid-19, acabemos com a nossa guerra à Natureza”, apelou, referindo que disso depende o cumprimento dos objetivos de desenvolvimento sustentável definidos pelas Nações Unidas e a manutenção do aumento da temperatura global até ao fim do século abaixo de 1,5 graus em relação à era pré-industrial.