“Esperamos que haja um diálogo para ultrapassar a situação atual”, disse António Guterres numa conferência de imprensa, após a cerimónia de abertura da 3.ª Cimeira do Grupo dos 77 (G77) + China Sul, em Kampala.
“Somos sempre guiados pelos nossos princípios de unidade, soberania e independência dos países, incluindo a Somália”, disse o chefe da ONU na capital do Uganda.
As tensões começaram a 01 de janeiro, quando as autoridades da Etiópia e da Somalilândia assinaram um acordo para garantir o acesso da Etiópia, país sem litoral, ao Mar Vermelho.
O pacto permitiria a Addis Abeba obter uma base naval permanente e um serviço marítimo comercial no Golfo de Aden através de um acordo de arrendamento de vinte quilómetros de costa por cinquenta anos.
Em troca, segundo o Presidente da Somalilândia, Muse Bihi Abdi, a Etiópia reconheceria internacionalmente o território como um país independente, embora Adis Abeba tenha afirmado que ainda não avaliou este pedido.
O presidente da Somália, Hassan Sheik Mohamud, considerou o pacto ilegal e anulou-o.
A União Africana (UA), a União Europeia (UE) e a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) – um bloco de oito países da África Oriental – apelaram a um desanuviamento das tensões através do diálogo.
Os líderes da IGAD reuniram-se na quinta-feira na cidade de Entebbe, a cerca de 30 quilómetros de Kampala, para discutir o conflito, entre outras questões.
No final da cimeira extraordinária, os líderes da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento sublinharam que a Etiópia não pode assinar acordos com a Somalilândia sem a aprovação da Somália.
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