Na cerimónia de tomada de posse fez-se notar a ausência do almirante António Mendes Calado, que era CEMA desde 2018, substituído agora por Henrique Gouveia e Melo como novo Chefe do Estado-Maior da Armada.

O antigo CEMA tinha sido reconduzido para mais dois anos em fevereiro deste ano e o seu mandato terminaria em 2023.

O vice-almirante não prestou declarações à saída da cerimónia, bem como o Ministro da Defesa, João Gomes Cravinho. Marcelo Rebelo de Sousa também não falou com os jornalistas no local.

A curta cerimónia teve início à hora prevista, pelas 15:00, e decorreu no Palácio de Belém, em Lisboa, com limitações devido à situação epidemiológica do país.

Estiveram presentes na cerimónia de posse o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Joaquim Nunes Borrego, e em representação do Exército esteve o Comandante das Forças Terrestres, tenente-general Martins Pereira.

Pela Marinha, esteve presente o vice-Chefe do Estado-Maior da Armada e ainda a mulher e filhos de Henrique Gouveia e Melo, nesta que foi a quarta vez que Marcelo Rebelo de Sousa deu posse a um CEMA desde que é chefe de Estado.

Na quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou a proposta da nomeação do vice-almirante que, até setembro, coordenou a ‘task force’ da vacinação contra a covid-19 para o cargo de (CEMA), substituindo o almirante António Mendes Calado, e que teve “o parecer favorável do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, após audição do Conselho do Almirantado”.

No mesmo dia, Marcelo Rebelo de Sousa indicou que iria “nomear Chefe do Estado-Maior da Armada o senhor vice-almirante Henrique de Gouveia e Melo e promovê-lo ao posto de almirante”.

O Presidente, que é também comandante supremo das Forças Armadas, agradeceu a Mendes Calado o seu empenho enquanto CEMA e anunciou a sua condecoração com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, mas considerou “ser chegado o tempo” de o exonerar do cargo.

Ainda na quinta-feira, Mendes Calado afirmou, num vídeo publicado no Facebook oficial da Marinha, que deixa a Marinha “não por vontade própria”, assegurando que “até ao último momento” manteve a “mão firme no leme” porque é isso que “mares agitados” exigem.

No dia seguinte, na sexta-feira, o Presidente sustentou que este é “o momento” para substituir o CEMA, uma vez que “fazia sentido esperar pelas leis orgânicas do Estado-Maior-General das Forças Armadas e dos três ramos”.

“E, portanto, parece que é o momento, um novo ciclo político, porque é uma nova orgânica, e funcional, que explica que seja este o momento e não o outro o momento, este o momento da concretização daquilo que havia a concretizar”, defendeu.

O chefe do Estado disse também ter agradecido “muito ao senhor almirante Mendes Calado, porque não só logo no início deste ano se mostrou disponível para encurtar o mandato — que seria mais tarde, isto agora foi antecipado uns meses – como o cumpriu até o fim de uma forma muito brilhante, como toda a sua carreira”.

No mesmo dia, o primeiro-ministro, António Costa, desdramatizou a substituição do CEMA, alegando que havia um entendimento para “uma saída das funções antes” do fim do mandato.

António Mendes Calado é CEMA desde 2018, tendo sido reconduzido para mais dois anos de mandato em 16 de fevereiro deste ano, com efeitos a partir de 01 de março.

Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo nasceu em Quelimane, Moçambique, em 21 novembro 1960. Ingressou na Escola Naval em 7 setembro de 1979. Passou 22 anos da sua carreira nos submarinos onde exerceu diversas funções operacionais, tendo comandado os submarinos Delfim e Barracuda.