A ministra da Justiça, Francisca Van Dunen; o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita e a ministra da Modernização Administrativa, Maria Leitão Marques, estarão entre as pessoas que se concentrarão a partir das 16:00 no largo do Intendente, em Lisboa, para caminhar até ao Rossio, uma iniciativa de várias organizações, entre as quais a União de Mulheres Alternativa e Resposta.
Em Portugal, dezoito mulheres foram assassinadas e 23 foram vítimas de tentativa de homicídio em 2017, ano que apresenta a taxa mais baixa de incidência dos últimos 14 anos registada pelo Observatório das Mulheres Assassinadas (OMA), foi divulgado esta semana.
De acordo com dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima divulgados na sexta-feira, quase 30 mil pessoas vítimas de violência doméstica, na maioria mulheres, foram apoiadas entre 2013 e 2016.
Números do Ministério da Justiça divulgados na sexta-feira indicam que o Sistema Nacional Vigilância Eletrónica assegurava, em setembro deste ano, a execução de mais de 500 decisões judiciais de proibição de contactos por crimes de violência doméstica.
Nove em cada dez vítimas de violência doméstica não pedem ajuda ao sistema público de apoio, por desconhecimento, isolamento ou dificuldades no acesso aos serviços, disse à Lusa Elisabete Brasil, da UMAR.
Segundo as “Estatísticas APAV – Vítimas de Violência Doméstica 2013-2016”, a grande maioria dos casos (95,4%) foram atos criminais, como maus-tratos psíquicos (38,1%), físicos (26,5%%) e ameaças ou coação (17,3%).
A APAV apoiou ainda 120 casos de abuso sexual de crianças, 37 de abuso sexual de menor dependente e 13 de abuso sexual de “pessoa incapaz de resistência” e registou 16 homicídios.
No Porto, Coimbra e outras capitais de distrito estão também previstas marchas contra a violência durante a tarde.
Na Madeira, onde mais de 400 pessoas, 95% de mulheres, estão a a ser acompanhadas, o dia internacional será assinalado com uma sessão na Câmara Municipal de Machico intitulada "Educar para prevenir a violência doméstica" e uma caminhada no centro do Funchal promovida pelo Conselho Municipal para a Igualdade de Género.
A diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, considerou que a avalancha de denúncias de assédio sexual que atinge o mundo do cinema, da música ou televisão nos Estados Unidos está “apenas no começo”.
Em entrevista à agência de notícias francesa AFP, Phumzile Mlambo-Ngcuka afirmou que os comportamentos vão mudar depois de numerosas mulheres terem quebrado o silêncio para revelar as histórias ou expressar a sua vontade de ver o fim dos abusos.
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