De acordo com o presidente da instituição, Óscar Gaspar, a colaboração entre o SNS e o setor privado de saúde no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) permitiu operar 15.284 doentes no último ano, mesmo com os “desafios muito grandes” criados pela pandemia de covid-19 em Portugal. No total, foram realizadas 167.809 cirurgias nos 119 hospitais privados do país.
“O número foi inferior ao de 2019, porque houve muita atividade que ficou por realizar e deixou de se alimentar a lista para cirurgia”, explicou, acrescentando: “A missão dos hospitais privados não é alugar blocos cirúrgicos. Além dos blocos temos os nossos médicos, enfermeiros, as nossas equipas... A nossa perspetiva é que haja um planeamento adequado dos recursos, mas reconheço que estamos num momento extraordinário”.
Embora tenha destacado 2020 como um “ano anormal” ao nível da assistência aos utentes, o líder da APHP notou que “os hospitais privados estiveram desde a primeira hora ao lado do SNS” e na “linha da frente” do combate à pandemia. Todavia, ressalvou a dimensão da capacidade de assistência ao nível de consultas de especialidade e de recurso aos serviços de urgência hospitalar.
“Tivemos cerca de 6,256 milhões de consultas de especialidade, são cerca de 17 mil consultas por dia”, precisou Óscar Gaspar, que salientou também os 820.470 episódios de urgência e os 11.943 partos realizados nas unidades privadas e as mais de 531 mil ‘diárias’ (internamentos).
Paralelamente, foram ainda atendidas mais de 104 mil pessoas em medicina dentária, registando-se mais de 14 mil doentes oncológicos em tratamento no último ano.
Porém, Óscar Gaspar alertou que terá de ocorrer nesta especialidade “um reforço de investimento extraordinário” devido ao número de diagnósticos que terão ficado por fazer, por causa dos constrangimentos de acesso criados pela covid-19.
“Terminámos com mais de 213 milhões de euros de investimento em 2020, é um investimento muito significativo”, finalizou.
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