Numa nota enviada à agência Lusa, o Hospital Garcia de Orta, da Unidade Local de Saúde Almada-Seixal, do distrito de Setúbal, explicou que esta decisão foi tomada para evitar riscos de fuga de doentes com alterações psiquiátricas e/ou cognitivas.

Segundo a unidade de saúde, a presença de doentes com alterações psiquiátricas e/ou cognitivas é uma realidade cada vez mais frequente nos serviços de urgência e o risco de fuga deste tipo de doentes é também maior, colocando em causa a sua integridade física.

“Esta realidade, conjugada com o facto de o Serviço de Urgência Geral do HGO ter três a quatro possíveis locais de saída, levou a que fosse tomada esta decisão, com vista a salvaguardar a integridade física dos doentes mais vulneráveis”, explica o hospital.

De acordo com o HGO, já foram utilizadas mais de 600 pulseiras e o balanço feito pelos profissionais do Serviço de Urgência Geral é claramente positivo.

Esta pulseira ativa sinais sonoros, luminosos e o encerramento de portas – externas e internas – sempre que ocorra uma tentativa de saída inadvertida por parte de um doente que a esteja a utilizar.

Para implementar a utilização destas pulseiras, foi criado um regulamento e definido um protocolo de atuação de todos os intervenientes no processo.

As pulseiras têm tecnologia de identificação por radiofrequência e visam a proteção e a segurança dos doentes durante o período de permanência na urgência.

São aplicadas em doentes com evidência/história de alteração cognitiva significativa como, por exemplo, doentes com patologia psiquiátrica ou demência diagnosticada, ou por doentes conduzidos por agentes da autoridade, com mandado de condução para internamento compulsivo.

Aplicam-se também a doentes com risco suicida elevado ou com sintomas psicóticos e que apresentem alterações do comportamento ou agitação psicomotora com risco para o próprio ou para terceiros.

O hospital explica também que a aplicação das pulseiras é sujeita a validação médica por parte da especialidade que observa o/a doente, não substituem a necessidade de controlo humano por parte dos profissionais de saúde, que se devem articular com os elementos da equipa de segurança, e apenas enfermeiros e médicos acedem ao sistema, estando obrigados, pelo seu código deontológico, a assegurarem os princípios da confidencialidade e proteção de dados.