"Esta adaptação naturalmente que tem limites, não estava previsto uma afluência, uma dimensão destas necessidades e desta ordem, e o nosso plano de contingência, que tínhamos na passada semana, ficou completo", disse hoje aos jornalistas o responsável, à porta do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Daniel Ferro disse que o centro hospitalar teve de mobilizar mais meios, algo que "é possível em sobre esforço de estruturas e profissionais, por um período curto e de forma limitada".
"Este hospital, que é um hospital de fim de linha, é um hospital que já está a tratar doentes para além da capacidade que instalou. E não somos o único hospital em que isto está a acontecer" reforçou.
O diretor do CHULN, que além do Santa Maria inclui o hospital Pulido Valente, vincou o "alerta para que fenómenos de picos como o que ocorreu ontem [sexta-feira], e que pode ocorrer nos próximos dias, são expectáveis numa situação em que a capacidade do sistema está muito próxima do limite".
"A instituição, que está perfeitamente dimensionada para tratar a sua população, consegue tratar a população toda, mas se a população toda começa a ter muitos hospitais sem capacidade, um ou dois hospitais não têm capacidade de absorver todas as necessidades da região", completou.
O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que tinha nas últimas 24 horas 201 internados com covid-19, 44 dos quais em unidade de cuidados intensivos (UCI), considera que não está a viver "uma situação de caos".
Numa resposta enviada à agência Lusa, quando questionado sobre a fila de ambulâncias que na noite de sexta-feira se acumularam à porta da urgência, o Centro Hospitalar reconheceu a existência de uma “grande pressão assistencial”, afastando porém ter havido "uma situação de caos", e adiantou o reforço da capacidade de resposta à covid-19.
"Perante a grande pressão na urgência dedicada a doentes respiratórios e nos internamentos, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte alargou o plano de ‘contingência covid’, o que prova não só que não está em rotura", como houve "capacidade de adaptação do seu plano às necessidades assistenciais", informou fonte da administração, à agência Lusa.
"No âmbito da urgência covid, nas próximas horas, o hospital irá reforçar a capacidade de resposta desta urgência com uma segunda estrutura, junto à Urgência Central, com capacidade para cerca de 10 doentes, pelo que os atuais postos de atendimento/boxes/quartos da urgência autónoma passarão de 33 para 51 durante a próxima semana", lê-se na mensagem do hospital.
No que respeita ao internamento, a “capacidade covid” em enfermaria passará das atuais 160 para 200 camas, "com a abertura, na sexta-feira última, de uma enfermaria com cerca de 20 camas e mais 20 camas noutra enfermaria, que começa a funcionar no início da semana".
Ao nível dos cuidados intensivos, a capacidade atual de "internamento covid" contempla 48 camas, estando previstas, em caso de necessidade, mais 10 vagas em UCI num próximo passo, de acordo com a assessoria do conselho de administração deste centro hospitalar.
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