Citado em comunicado da Ordem dos Enfermeiros (OE), o bastonário Luís Filipe Barreira defendeu que “qualquer medida, plano ou reforma que não tenha em consideração a maior classe profissional da saúde, está condenada ao fracasso” e alertou para que não se conte com os enfermeiros para “uma vez mais, se sacrificarem a troco de muito pouco ou nada”.
“A OE espera ainda conhecer ao pormenor as 54 medidas que compõem o plano de emergência, mas já identifica problemas como a falta de recursos humanos e falta de medidas que promovam a motivação dos enfermeiros. Não é possível continuar com o discurso de que é possível fazer mais com os recursos humanos que temos e nas condições em que trabalham. É preciso mais profissionais, mas também profissionais mais motivados, que sintam que a sua mais-valia profissional é reconhecida por quem decide”, lê-se no comunicado.
A OE considera “urgente avançar para um processo de contratação célere”, referindo que os dados oficiais apontam para a falta de 14 mil enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde, apelando ainda à regularização de vínculos precários, por exemplo, nas Unidades Locais de Saúde, como forma de “travar a emigração” destes profissionais.
O Plano de Emergência da Saúde está organizado em cinco eixos estratégicos prioritários.
Regularizar o acesso aos cuidados de saúde garantindo o atendimento do doente no tempo clinicamente recomendado é um dos eixos do plano, que visa também criar um ambiente seguro para o nascimento, reforçar o serviço de urgência, resolver os problemas de acesso aos cuidados de saúde primários e garantir o acesso a serviços habilitados à prestação de cuidados de saúde mental.
Em cada eixo, o plano prevê medidas urgentes, de aplicação imediata, para obter resultados num período de até três meses; prioritárias, planeadas para gerar resultados até ao final do ano; e estruturantes, com planeamento e aplicação a médio e longo prazo.
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