Em comunicado, a concelhia da IL “lamenta e condena veementemente mais um episódio que em nada valoriza e defende a honra e imagem dos gaienses” e considera que a “evidência da já constituição de 12 arguidos, incluindo elementos com cargos executivos da Câmara Municipal, (…) são sinais de um processo que poderá vir a ter elevadas dimensões e que arrastará o nome das instituições por vários meses”.
“Desde o primeiro dia em que está na Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia a Iniciativa Liberal praticou sempre um grande escrutínio e exigiu transparência, tendo inúmeras vezes sido a única voz da oposição a fazê-lo, com toda a coragem. Está agora provado que há muito a escrutinar na autarquia de Vila Nova Gaia e a IL não se cansará de lutar na defesa dos munícipes de Gaia contra o poder em vigência”, acrescenta a nota de imprensa.
A IL assinala ainda que os cargos políticos “não são propriedade dos eleitos, mas sim uma responsabilidade para com os que os elegeram”.
O vice-presidente do município de Vila Nova de Gaia, Patrocínio Azevedo (PS), que tem o pelouro do Planeamento Urbanístico e Política de Solos, Licenciamento Urbanístico, Obras Municipais e Vias Municipais, e dois funcionários da câmara do Porto, um deles chefe de uma divisão da área urbanística e outro com ligações a esta divisão, foram detidos.
A PJ deteve ainda um técnico superior da Direção Regional de Cultura do Norte e um jurista.
Foram também detidos o diretor-executivo e fundador do Grupo Fortera, Elad Dror e um segundo empresário que já havia sido detido no âmbito da “Operação Vórtex”, ao abrigo da qual o ex-presidente da Câmara de Espinho Miguel Reis se encontra em prisão preventiva.
Está previsto que os sete detidos, todos homens, sejam presentes a primeiro interrogatório judicial, a partir de quarta-feira, ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para aplicação de medidas de coação.
A “Operação Babel centra-se na viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário”, explicou a PJ, em comunicado.
“Nesta fase, foram já constituídos 12 arguidos, estando os detidos, um titular de cargo político [vice-presidente da autarquia de Gaia], dois funcionários de serviços autárquicos, um funcionário de Direção Regional de Cultura do Norte, dois empresários e um profissional liberal, indiciados pela prática dos crimes de recebimento ou oferta indevidos de vantagem, corrupção ativa e passiva, prevaricação e abuso de poder praticados por e sobre funcionário ou titular de cargo político”, deu conta a PJ.
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