No final de uma visita ao Pinhal de Leiria, cuja área ficou ardida em 80% nos incêndios do ano passado, Catarina Martins defendeu que é preciso "fazer opções claras" em Portugal, sendo uma delas a floresta.

"Não só é necessário chegar rapidamente às 500 equipas de sapadores florestais, como é necessário reativar um corpo de guardas florestais próximos da população", apelou.

Questionada sobre se o prazo estabelecido pelo Governo para a limpeza do mato - 15 de março - é possível, a coordenadora bloquista defendeu que "é preciso fazer um enorme esforço para tornar seguras as populações".

"O problema do prazo não é burocrático, tem a ver com o clima. Não podemos ir limpar quando já estivermos no meio do verão", explicou.

Catarina Martins tinha começado por "chamar a atenção para a absoluta falta de pessoal” para trabalhar nas matas e florestas, dando o exemplo do distrito de Leiria em que "há apenas nove trabalhadores do Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta para 30 mil hectares".

Para lá dos sapadores florestais, a coordenadora do BE detalhou que "este é o momento de se reavaliar as mudanças que se fizeram na Proteção Civil, nomeadamente no que diz respeito aos guardas florestais".

"São precisos técnicos que estão junto das populações com a informação necessária sobre como agir e como proteger a floresta. Essa ligação entre o Estado e a população é fundamental", concretizou.

Catarina Martins deixou ainda um aviso claro: "Ou temos mecanismos para proteger a floresta ou então as tragédias vão continuar a acontecer".