“O corte dos meios não (…) tem a ver com os incêndios que neste momento vemos e que às vezes queremos fazer uma ligação direta” com o que está a acontecer e a falta de recursos, disse Jorge Gomes, em declarações à agência Lusa.
O secretário de Estado adiantou que a 1 de outubro, com o início da fase Delta, foi feito um “corte de 40 por cento” dos meios de combate em relação à fase mais crítica de incêndios florestais - a Charlie, que terminou a 30 de setembro -, sendo o corte “devidamente calculado”.
“Neste momento mantemos ainda na fase Delta 5.518 operacionais, 1.307 viatura e 18 meios aéreos pesados”, sublinhou.
Além destes meios da fase Delta, adiantou, o dispositivo de combate aos fogos foi reforçado, desde 01 de outubro, com 50 equipas dos corpos de bombeiros, significando mais 250 operacionais, e a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) criou grupos de reforços a incêndios florestais, que “estão à disposição das necessidades em qualquer ponto do país”.
O secretário de Estado justificou este reforço com as condições meteorológicas e “para acautelar algum aumento significativo de incêndios”.
“A fase Delta está a funcionar com reforço significativo de recursos humanos e de alguns meios aéreos”, disse, sublinhando que “estes recursos se vão manter no terreno até que seja necessário”.
“Os reforços da fase Delta terminam a 15 de outubro, mas não terminam dia 15 se o tempo continuar como está”, salvaguardou.
Jorge Gomes explicou, também, que os meios aéreos que deixaram de fazer parte do dispositivo nesta fase foram “apenas os meios aéreos ligeiros”, aqueles que menos contam para as necessidades atuais.
“Se tivéssemos cá mais 20 helicópteros ligeiros não havia rigorosamente nenhuma diferença no dispositivo. Os ligeiros não trazem vantagem nenhuma para o ponto de situação que estamos a viver neste momento”, disse.
O secretário de Estado garantiu que o sistema de combate a incêndios “está a preparado e a responder”.
Segundo Jorge Gomes, na última semana de setembro e ainda durante a fase Charlie registaram-se 490 incêndios, enquanto na primeira semana de outubro se registaram 870 fogos.
“É extremamente redutor dizer que não temos recursos, os recursos estão a trabalhar e estão a operar e apagaram 870 incêndios na primeira semana de outubro”, sustentou.
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