Na sua maioria, as mercadorias diversas, com valor estimado entre 30 e 40 mil euros, foram doados pela arquiteta Isabel Azevedo, dona de uma empresa de construção de Lisboa e que tem raízes familiares na zona de Arganil, distrito de Coimbra.

“Temos 20 famílias sinalizadas, 16 das quais oriundas de diferentes países europeus, e são essas as primeiras a poder escolher os materiais de que necessitam, uma vez que não tiveram qualquer apoio para reconstruir as suas casas”, disse hoje o porta-voz do MAAVIM, Nuno Pereira, à agência Lusa.

Nuno Pereira realçou que “estas pessoas ficaram sem nada” devido aos incêndios de 15 e 16 de outubro de 2017.

No total, as famílias abrangidas pela distribuição de bens incluem cerca de 50 meninos e meninas em idade escolar.

“Algumas destas crianças nunca receberam nenhum apoio, estando há dois anos sem ir à escola”, já que os pais optaram pelo ensino em regime doméstico, na sequência da instabilidade provocada nas suas vidas pelos fogos, explicou.

O dirigente associativo admitiu que “venham mais famílias” do Vale do Alva, no momento da entrega, podendo igualmente levar materiais após as primeiras 20 estarem atendidas.

A distribuição começa às 11:00, num espaço da antiga cerâmica Carriça, cedido pela Junta da União das Freguesias de Coja e Barril de Alva.

Além das doações de Isabel Azevedo, que custeou o transporte em dois camiões, entre Lisboa e Coja, serão entregues materiais comprados pelo MAAVIM.

Há dois anos, os incêndios que eclodiram em Pedrógão Grande e na Lousã, distritos de Leiria e Coimbra, em junho e outubro, provocaram 66 e 50 mortos, respetivamente, além de terem devastado extensas áreas de floresta.

Os fogos mataram ainda milhares de animais domésticos e selvagens, tendo também destruído centenas de empresas e casas, de primeira e segunda habitação.