“Não é no combate que o essencial está por fazer (…) É fundamentalmente na prevenção e na alteração da estrutura da floresta que há ainda um grande trabalho por realizar e são essas as prioridades do Governo naquilo que são os instrumentos de resiliência em que iremos investir nos próximos anos”, disse Eduardo Cabrita.

O governante falava aos jornalistas no centro de comando em Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, após ter ouvido o ‘briefing’ operacional do incêndio de Oliveira de Frades, que foi dado como dominado pelas 07:20.

À chegada, o ministro dirigiu-se aos comandantes dos Bombeiros de Sever do Vouga e de Oliveira de Frades, que se encontravam no local, tendo endereçado, a este último, os pêsames pelo falecimento de um bombeiro da sua corporação que morreu na segunda-feira, quando combatia este incêndio.

O governante lamentou a morte do bombeiro Pedro Daniel Ferreira e disse que a melhor homenagem que se pode fazer é a forma como os cerca de 800 operacionais envolvidos no combate às chamas “se articularam de uma forma muito estreita para responder a uma ocorrência que tinha potencial de gravidade muito significativa”.

Eduardo Cabrita ainda aguarda pela conclusão do inquérito para determinar as causas da sua morte, mas disse que, de acordo com a avaliação preliminar, o bombeiro de 41 anos “respeitou todos os protocolos que foram indicados", adiantando estarmos perante "uma situação de inalação de fumo”.

O ministro elogiou ainda a capacidade de resposta que o sistema de proteção civil tem demonstrado, lembrando que, nos últimos dois dias de estado de alerta, foram registadas mais de 60 ocorrências ativas ao mesmo tempo, no norte e centro do país, e houve dois dias com mais de uma centena de ocorrências.

“A capacidade de resposta de um dispositivo que chegou ontem [terça-feira] a ter mais de 2.000 efetivos empenhados ao mesmo tempo é aquilo que nos permite, até agora, garantir a segurança das populações e a defesa de bens fundamentais”, sublinhou.

Relativamente ao incêndio de Oliveira de Frades, o ministro referiu que, de acordo com uma avaliação provisória, terão ardido cerca de 2.600 hectares, o que significa que este será o segundo maior incêndio deste ano.

O ministro assinalou ainda que este ano há uma redução de cerca de 50% do número de ocorrências, relativamente à média da última década, e a área ardida também está “significativamente abaixo” da média da última década.

“É fundamental que todos os cidadãos cooperem naquilo que é evitar práticas que aumentam o risco e propiciam a eclosão ou o desenvolvimento de incêndios de grande dimensão”, terminou.

Após uma visita a algumas áreas ardidas no concelho de Sever do Vouga, o ministro dirigiu-se para Oliveira de Frades, no distrito de Viseu, onde irá assistir ao funeral do bombeiro Pedro Daniel Ferreira.

O incêndio deflagrou pelas 11:00 de segunda-feira numa zona de mato na localidade de Antelas, na freguesia de Arcozelo das Maias (distrito de Viseu), alastrando posteriormente aos concelhos de Águeda e Sever do Vouga (distrito de Aveiro).

Às 23:15 de terça-feira, o fogo em Águeda (já no distrito de Aveiro) estava circunscrito e em Sever do Vouga (também em Aveiro), segundo o município, tinha várias frentes ativas.

Num ponto de situação pelas 19:00, a Proteção Civil tinha indicado que 40% da área do fogo estava dominada.

Um bombeiro de 41 anos morreu na segunda-feira enquanto combatia este incêndio no concelho de Oliveira de Frades.