“Sobre a estimativa dos prejuízos identificados até ao momento, na sequência dos incêndios de 2022, apontamos para um levantamento de 85 milhões de euros em 14 municípios”, afirmou Ana Abrunhosa, que falava e Manteigas, distrito da Guarda, um dos concelhos afetados pelo fogo da serra da Estrela.
Numa conferência de imprensa após uma reunião com os autarcas locais, a governante especificou que o levantamento dos prejuízos diz respeito a 14 concelhos, nomeadamente os da serra da Estrela (Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda, Manteigas e Seia), que foram afetados pelo grande fogo de agosto.
Estão ainda incluídos oito concelhos que registaram uma área ardida igual ou superior a 4.500 hectares: Carrazeda de Ansiães (Bragança), Mesão Frio (Vila Real), Murça (Vila Real), Vila Real, Albergaria-a-Velha (Aveiro), Alvaiázere (Leiria), Ansião (Leiria) e Ourém (Santarém).
No total, disse Ana Abrunhosa, está em causa uma área ardida de 57 mil hectares, 28 mil dos quais no Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE).
A lista dos prejuízos inclui danos públicos e privados, como por exemplo a perda de 14 habitações permanentes, num valor estimado de 1,5 milhões de euros.
Há também registo de danos em 36 empresas, com um prejuízo estimado de cinco milhões de euros, segundo detalhou.
A ministra frisou ainda que o trabalho para responder a estes problemas já está no terreno e destacou o pacote de 200 milhões de euros que foi aprovado, na quinta-feira, pelo Governo para minimizar os prejuízos no conjunto destes territórios.
Referiu ainda que, o mesmo é composto por medidas de emergência e por medidas de resiliência e competitividade.
As primeiras têm um valor de 112 milhões de euros e serão concretizadas até ao final de 2022, enquanto as medidas de resiliência e competitividade, a implementar até junho de 2023, com um envelope financeiro de 88 milhões de euros.
Além disso, destacou que grande parte destes apoios será a fundo perdido.
A serra da Estrela foi afetada por um incêndio que deflagrou em 06 de agosto em Garrocho, no concelho da Covilhã (distrito de Castelo Branco) e que foi dado como dominado no dia 13. O fogo sofreu uma reativação no dia 15 e foi considerado novamente dominado em 17 do mesmo mês, à noite.
As chamas estenderam-se ao distrito da Guarda, nos municípios de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, e atingiram ainda o concelho de Belmonte, no distrito de Castelo Branco.
No dia 25, o Governo aprovou a declaração de situação de calamidade para o PNSE, afetado desde julho por fogos, conforme pedido pelos autarcas dos territórios atingidos.
A situação de calamidade foi já publicada em Diário da República e vai vigorar pelo período de um ano, para “efeitos de reposição da normalidade na respetiva área geográfica”.
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