Novos livros de Hélia Correia, num regresso ao conto, e da norte-americana Louise Glück, Nobel da Literatura em 2020, estão igualmente anunciados para os próximos meses, assim como uma abordagem do cinema de Pedro Costa pelo filósofo francês Jacques Rancière.
“Um Balé de Leprosos”, de Leonard Cohen, sai ainda este mês. Este volume reúne obras iniciais do músico canadiano de “Suzanne” e “Famous Blue Raincoat”, que se aventurou pela escrita literária, com pouco mais de 20 anos.
Também para setembro, no universo da língua portuguesa, estão previstas reedições de Gonçalo M. Tavares, Machado de Assis e de Eça de Queirós.
Do primeiro, será um dos volumes da série “Reino”, “A Máquina de Joseph Walsere”; do brasileiro Machado de Assis (1839-1908), o romance “Helena” (1875); de José Maria Eça de Queirós (1945-1900), “O Conde de Abranhos”, “apresentação irónica de um destacado político”, através da memória “do seu secretário particular e acrítico servidor”. “O Conde de Abranhos” é de 1869, “mas poderia ter sido escrito hoje”, lê-se na apresentação da editora.
Ainda este mês estão previstas as publicações de “Amor e Perda”, da norte-americana Amy Bloom, que aborda a doença de Alzheimer, “Foi assim”, da italiana Natalia Ginzburg (1916-1991), com uma introdução de Italo Calvino, e a reedição de “Gente Pobre”, de Fiódor Dostoievski (1821-1881), narrativa sob forma epistolar que aborda “interações entre pobres e ricos”.
De outro autor russo, Aleksandr Púchkin (1799-1837), sairá “A Filha do Capitão”, de Guy de Maupassant (1850-1893), “Yvette”, e, de Bertolt Brecht, “Poesias” com “o essencial” da obra poética do autor alemão, traduzida por Paulo Quintela, revista e apresentada por António Sousa Ribeiro.
Para este mês estão ainda previstos os romances gráficos “Duna 1”, de Frank Herbert, adaptado por Brian Herbert e Kevin J. Anderson, e ilustrado por Raúl Allén e Patricia Martín, e “O Segredo da Força Sobre-Humana”, de Alison Bechdel.
Para outubro, a Relógio d’Àgua anuncia nove títulos, um deles da portuguesa Hélia Correia: “Certas Raízes” assinala o regresso ao conto da vencedora do Prémio Camões 2015.
“Margarida e Rosa”, de Louise Glück, “Contos Completos”, da neozelandesa Katherine Mansfield (1888-1923), “Não Tenho Casa se Esta não For a Minha Casa”, da norte-americana Lorrie Moore, “Aforismos para a Arte de Viver”, de Arthur Schopenhauer, e “O Fim do Mundo Clássico”, de Peter Brown, são outros títulos de outubro.
A estes junta-se “Morte e Democracia”, do filósofo José Gil. Sobre o livro afirma a editora: “A morte traça uma fronteira-limite do pensamento”, deixando-nos “à beira de um impensável abismo”. “Para o transpor, inventámos a transcendência e a imortalidade” que por sua vez deram origem a “teocracias, realezas mágicas e regimes políticos que criaram as maiores desigualdades e injustiças.”
Em outubro deverão ainda ser publicados “Pedro Costa — Os Quartos do Cineasta”, do filósofo francês Jacques Rancière, e “Puro”, da brasileira Nara Vidal, uma narrativa que aborda o racismo, a editar este ano em Portugal e em 2024 no Brasil.
Em novembro está prevista a edição portuguesa de Georgi Gospodinov, autor búlgaro que recebeu este ano o International Booker Prize por “Time Shelter”. A obra a publicar em Portugal tem o título provisório “País do Passado”.
A reedição de “Adivinhas de Pedro e Inês”, de Agustina Bessa-Luís (1922-2019), está igualmente anunciada para novembro, mês cujas previsões incluem ainda “Sonata para Surdos”, de Frederico Pedreira, “Feiticeira da Lua, Rei Aranha”, de Marlon James, “Uma estratégia narrativa genial — Leopardo Negro, Lobo Vermelho contado por uma adversária”, do universo ficcional Sogolon, o romance gráfico “Patos”, de Kate Beaton, e “Coelhinha”, de Mona Awad.
“Apologia dos Ociosos e Outros Ensaios”, de Robert Louis Stevenson (1850-1894), é outro título anunciado, obra que, segundo o escritor Vladimir Nabokov, citado pela editora, inclui “as observações mais inteligentes que já foram escritas sobre literatura.”
Ainda para o penúltimo mês do ano, a Relógio d’Água prevê o regresso de “Perturbação”, de Thomas Bernhard, “A Bailarina”, de Carlos Vasconcelos, com ilustrações de Susana Oliveira, e “Vidas Bissextas”, de Amadeu Lopes Sabino.
Em dezembro, a editora dirigida por Francisco Vale conta colocar três títulos nos escaparates livreiros: “A Casa Sombria”, de Charles Dickens (1812-1870), com introdução do romancista inglês G. K. Chesterton, traduzido por Paulo Faria, que também assina o posfácio; “A Morte do Sol”, de Yan Liankem, e “O Mundo de Ontem”, do austríaco Stefan Zweig (1881-1942).
O livro do autor austríaco, que “combina impressões da vida vienense e europeia anterior à I Guerra Mundial com recordações pessoais”, aponta também “os defeitos” dessa sociedade, “a pobreza, a discriminação das mulheres”, assim como “os ideais de progresso e esperança […] que desapareceriam para sempre nas trincheiras da Grande Guerra.”
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