Durante as intervenções finais, o deputado comunista Paulo Sá disse que Carlos Costa tinha ido ao parlamento "sacudir responsabilidades", quer como ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos, quer na qualidade de supervisor.
O deputado do PSD Duarte Pacheco afirmou que a deslocação de Carlos Costa ao parlamento "não foi um momento de grande felicidade" para o governador do banco central, considerando que "as pessoas [responsáveis] ficam desresponsabilizadas" com as declarações do governador.
Por sua vez, a deputada do BE Mariana Mortágua apelou para que o governador "perceba a revolta que isto causa nas pessoas", porque "a pessoa normal que pede um crédito para comprar um carro ou a sua casa e não o consegue pagar porque fica desempregada, podem penhorar-lhe até o salário, vão buscar tudo o que ela tiver em casa; e as pessoas que pedem milhões sem garantias ficam tranquilamente em casa depois de deixar um buraco nos bancos".
O governador respondeu que "não há qualquer intenção” da sua “parte de reduzir a importância e a gravidade das perdas da Caixa Geral de Depósitos", mas que há "apenas uma clara intenção de distinguir entre o que é importante, que é a decisão sobre o que é substancial, e o que é apenas um problema de procedimento formal".
Para Carlos Costa, isto "pode acabar por esconder a questão mais importante, sobretudo porque a questão de procedimento formal decorre de uma interpretação de regras internas que foi contínua ao longo do tempo".
A deputada Cecília Meireles (CDS-PP) referiu que "ao tentar justificar tudo, [o governador] está a dizer que são todos iguais", numa referência aos responsáveis do sistema bancário.
Já o deputado do PS João Paulo Correia considerou que "o Banco de Portugal devia ser o VAR [videoárbitro] do sistema bancário português" e que com o "exército de 400" supervisores o banco central podia fazer mais.
João Almeida, do CDS-PP e relator da comissão, acrescentou que o governador devia ter pedido a figura jurídica do "impedimento", e não da "escusa", relativamente a um eventual conflito de interesses para supervisionar questões relacionadas com a Caixa Geral de Depósitos, dada a sua anterior função no banco público, ao que o governador respondeu que se tinha aconselhado com os serviços jurídicos do banco central.
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