No pedido, o ex-administrador do banco público, que está preso em Évora, invocava "a situação em que se encontra" e falta de acesso a informação.
Todos os deputados concordaram, no entanto, na manutenção da vinda de Armando Vara ao parlamento na sexta-feira.
O presidente da comissão parlamentar, Luís Leite Ramos, disse que os serviços da comissão de inquérito analisaram o pedido de Armando Vara e lembrou que, tal como Joaquim Barroca, na qualidade de arguido o ex-gestor poderá invocar o segredo de justiça e remeter-se ao silêncio.
Numa declaração, o deputado do PSD Duarte Pacheco reconheceu a escassez de informação invocada por Armando Vara para realizar o pedido, mas recordou que esta situação afetou também outros antigos administradores da CGD e sublinhou que o que será necessário na audição do ex-gestor será a sua memória.
"Precisamos sobretudo da memória do doutor Armando Vara. Espero que a sua memória esteja melhor do que a de outras pessoas que já estiveram nesta comissão", disse.
Armando Vara - que se encontra detido desde janeiro deste ano após condenação no processo Face Oculta - foi nomeado administrador da Caixa Geral de Depósitos em 2006, para a equipa presidida por Carlos Santos Ferreira, tendo ambos depois transitado para o BCP em 2008.
O também ex-ministro Adjunto e da Juventude e Desporto do segundo governo de António Guterres é ainda um dos 28 arguidos da Operação Marquês.
Dos arguidos deste processo, foram já ouvidos na comissão parlamentar de inquérito à CGD Joaquim Barroca e Diogo Gaspar Ferreira.
Em 29 de maio foi dado a conhecer que o ex-primeiro-ministro José Sócrates, também arguido na Operação Marquês, responderá por escrito às questões dos deputados da comissão.
Na Operação Marquês estão também envolvidos Ricardo Salgado, Carlos Santos Silva, Henrique Granadeiro, Zeinal Bava, Bárbara Vara (filha de Armando Vara), Helder Bataglia, Rui Mão de Ferro e Gonçalo Ferreira, empresas do grupo Lena (Lena SGPS, LEC SGPS e LEC SA) e a sociedade Vale do Lobo Resort Turísticos de Luxo.
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