Eduardo Paz Ferreira considerou hoje no parlamento, onde está a ser ouvido numa audição da comissão de inquérito à recapitalização e gestão da CGD, que o relatório de auditoria da EY à gestão da CGD, referente ao período entre 2000 e 2015, foi "insuficiente" e "descuidado".
"O insuficiente e descuidado relatório não favorece a reconstituição dos factos e entra até numa contradição grave sobre a atuação dos órgãos de fiscalização", disse Eduardo Paz Ferreira, responsável pelo conselho fiscal da CGD entre 2007 e 2010 e da comissão de auditoria do banco entre 2011 e 2015.
O ex-responsável da Caixa disse "não perceber" a referência, no relatório da EY, a "falta de fiscalização" por parte dos órgãos responsáveis, que classificou de "declaração espantosa", uma vez que a consideração da EY vinha de "oito anexos que detetaram 150 falhas de controlo interno com diferentes graus de risco", elaborados pelos próprios órgãos de fiscalização.
Eduardo Paz Ferreira classificou a referência da EY como não contendo "datas", dizendo "não perceber o objetivo nem as razões de ser" de tal comentário.
O anterior responsável revelou ainda que apresentou um pedido à Caixa Geral de Depósitos para lhe serem fornecidos documentos que não estavam em seu poder, tendo este sido "parcialmente atendido".
O também professor universitário revelou que a CGD lhe daria "um computador e um dia" para analisar documentação.
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