Em declarações ao semanário, o inspetor-geral da Administração Interna, juiz desembargador Pedro Figueiredo, revelou que, até agora, a IGAI “não recebeu qualquer queixa por abuso policial ou algo similar sobre a operação especial realizada na Rua do Benformoso, em Lisboa, na última quinta-feira".

Associações que disponibilizam apoio a migrantes:

JRS Portugal — O gabinete jurídico "tem como objetivo assessorar juridicamente os utentes no seu processo de regularização, bem como emitir pareceres e orientações técnicas internas em matérias de Lei de Estrangeiros, Lei de Asilo e legislação acessória". Saiba mais aqui.

Renovar a Mouraria — Centrada na freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, esta associação ajuda com os processos de regularização de quem "vive, trabalha, estuda ou tem filhos que estudam" naquela zona. Conheça o projeto aqui.

Lisbon Project — Este projeto tem como objetivo "construir uma comunidade que integra e capacita migrantes e refugiados". Nesse sentido, tem também disponível um gabinete de apoio jurídico. Fique a par de tudo aqui.

Mundo Feliz — Esta associação ajuda os imigrantes no processo de regularização em Portugal e também na procura de emprego, entre outros serviços. Saiba mais aqui.

Linha de Apoio ao Migrante — Esta linha "tem como principal objetivo responder de forma imediata às questões mais frequentes dos migrantes, disponibilizando telefonicamente toda a informação disponível na área das migrações e encaminhando as chamadas para os serviços competentes". Contactos: 808 257 257 / 218 106 191. Mais informações aqui.

Durante a tarde de quinta-feira, um forte dispositivo policial cercou a rua do Benformoso, onde há uma grande comunidade de cidadãos do subcontinente indiano, e revistou dezenas de pessoas, que ficaram entre uma a duas horas viradas para a parede.

Dois homens, ambos de nacionalidade portuguesa, foram detidos, um por posse de arma proibida e droga e outro por suspeita de pelo menos oito crimes de roubo.

A ação da PSP tem sido criticada por associações de imigrantes, grupos antirracismo e várias forças políticas, que acusam a polícia de estar ao serviço da propaganda do Governo contra os cidadãos estrangeiros irregulares.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também considerou que as ações da polícia devem ser feitas com recato.

A IGAI abriu "por sua iniciativa, um processo administrativo, com solicitação de informações à PSP sobre a referida operação", indicou o inspetor-geral ao Expresso.

O Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS) da PSP esclareceu que na “operação especial de prevenção criminal” na freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, apreendeu 435 euros em dinheiro, suspeitos de serem provenientes de atividades ilícitas, sete bastões (madeira e ferro), 17 envelopes com fotos tipo passe suspeitas de serem para uso em atividades ilícitas, ⁠3.435 euros em numerário, um passaporte e diversos documentos por suspeita de auxílio à imigração ilegal, ⁠581,37 gramas de droga que se suspeita ser haxixe, uma arma branca e um telemóvel que constava como furtado.

A PSP acrescentou, num comunicado divulgado no dia em que ocorreu a operação, que naquela zona " frequentemente ocorrem situações de desordem envolvendo armas brancas e outros incidentes relacionados com ofensas à integridade física".

A operação policial foi acompanhada por uma procuradora da República e foram cumpridos seis mandados de busca não domiciliária.

Sobre os procedimentos, a porta-voz do COMETLIS, a subcomissária Ana Raquel Ricardo, explicou que uma “operação especial de prevenção criminal dá legitimidade para fazer outro tipo de diligências, nomeadamente a revista de cidadãos que se encontrem no local e revista de viaturas” que por ali circulem.

A mesma responsável referiu que o contingente empregue “foi o necessário” para uma operação deste tipo, sem, contudo, revelar o número de profissionais envolvidos.