Em resposta à agência Lusa, a Universidade do Porto revela hoje que o processo de averiguações foi "oficialmente instaurado" pela direção da faculdade na segunda-feira e que o mesmo tem de seguir agora "todos os tramites legais", nomeadamente a audição de envolvidos e de testemunhas.
Em causa estão, alegadamente, insinuações feitas por um docente daquela faculdade a uma aluna sobre a forma como estava vestida durante um exame, que se realizou no dia 2 de junho, motivo que alegadamente levou o professor a recusar entregar o enunciado do exame à aluna.
A denúncia foi feita inicialmente por parte do núcleo HeforShe da FDUP, nas redes sociais.
Condenando "veementemente" o que considera ser "mais um triste episódio de machismo na academia", o núcleo revelou que a estudante "viu ser-lhe negada a realização de um exame em virtude da forma como estava vestida, uma vez que o docente da Unidade Curricular considerou que a colega estava 'muito destapada'".
De acordo com o HeforShe, o professor "apenas lhe concedeu um enunciado quando um colega o alertou nesse sentido".
"Convém esclarecer que a estudante acabou por receber o enunciado e realizar o exame ao mesmo tempo conferido aos restantes colegas", esclarece a Universidade do Porto, acrescentando existirem indícios de que a situação relatada na denúncia corresponde "globalmente ao sucedido".
A Universidade do Porto afirma ainda que, a confirmar-se a denúncia, tal ato representa uma "violação das normas internas" da instituição.
"Como lembrou a direção da FDUP no comunicado aos estudantes, uma violação da própria Constituição Portuguesa que, no seu artigo 43.º, determina que no ensino público não podem ter lugar quaisquer diretrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas".
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