“A Alexandre Herculano para ser intervencionada em toda a dimensão da palavra precisa de 350 a 400 trabalhadores, porque é um trabalho que deve ser feito em várias frentes”, disse Albano Ribeiro, que convocou para hoje uma conferência de imprensa à porta daquele estabelecimento escolar, considerando tratar-se de “uma intervenção pedagógica, para evitar tragédias”.

Para este encontro com os jornalistas foram convidados deputados eleitos pelo círculo do Porto de todos os partidos, mas “lamentavelmente, não apareceu nenhum”, disse o presidente do Sindicato da Construção.

Em declarações à Lusa, Albano Ribeiro disse ter constatado no local que as caleiras da escola Alexandre Herculano estão a ser limpas, considerando que, embora esse trabalho tenha de ser feito, a intervenção deveria iniciar-se pelas zonas mais afetadas, como o telhado, por exemplo.

“Aquele telhado é muito antigo e pode haver um abatimento e provocar problemas muito graves”, salientou, referindo que esta escola “não é caso único” porque existem mais “cerca de 200 em todo o país a necessitar de intervenção”.

Por esse motivo, o dirigente do sindicato espera ser recebido em breve pelo ministro da Educação, na sequência de uma audiência que pediu, para “tratar do problema da retoma do parque escolar que pode evitar que mais de 10 mil trabalhadores tenham que emigrar”.

A secretária de Estado da Educação, Alexandra Leitão, anunciou sexta-feira que as aulas na Escola Alexandre Herculano, no Porto, serão retomadas na segunda-feira para os alunos da unidade de multideficiência e ensino noturno e na terça para os nonos anos e secundário.

Ao início da tarde de sexta-feira o diretor do agrupamento, Manuel Lima, disse também que a escola iria reabrir para parte dos alunos, sendo que os estudantes do 7.º e 8.º anos seriam deslocados para a Escola Ramalho Ortigão.

Durante este fim de semana estão a decorrer obras para permitir a reabertura da escola.

Estes trabalhos incluem “obras imediatas e urgentes que vão ser feitas para melhorar as condições de conforto, de habitabilidade e de dignidade da escola”, nomeadamente “ao nível dos vidros, do desentupimento de caleiras, do chão, para que (…) alguns alunos possam continuar a ter aulas aqui”, explicou, na sexta-feira, a governante.

O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN) anunciou na quinta-feira que a Escola Secundária Alexandre Herculano foi encerrada pelo respetivo diretor por “chover em várias salas”.

Em comunicado, o sindicato recordava que “tem vindo a alertar para a falta de condições” da escola “ao longo de vários anos”, sustentando que “a decisão de encerramento deste estabelecimento de ensino por chover no seu interior é só mais um episódio que revela a sua degradação, colocando permanentemente em risco a segurança e a saúde de trabalhadores e alunos”.

A falta de condições na Escola Secundária Alexandre Herculano tem motivado intervenções de várias entidades e partidos políticos, nomeadamente ao longo do último ano.