“As pessoas perceberam que a vacina é o único modo que temos de conseguir conviver com este vírus e fazer a nossa vida normal. As pessoas que vamos vacinar nos próximos três meses são pessoas que podem ter uma doença grave se forem infetadas, podem ter de ser hospitalizadas e podem ter um desfecho fatal da sua infeção, portanto, é importante que continuem a perceber isso”, afirmou o coronel Penha-Gonçalves.
Em declarações à comunicação social no centro de vacinação de Carnaxide, em Oeiras, o responsável pelo plano de vacinação lembrou que “é um processo que tem de ser continuado” e que as questões logísticas e organizacionais são agora mais fáceis, perante o capital de experiência acumulado ao longo dos últimos dois anos.
“O processo é muito mais simples de montar, as pessoas têm mais experiência e o sistema de cuidados primários tem mais confiança naquilo que estamos a fazer, na capacidade que temos para o fazer e na possibilidade de fazer tendo o menor impacto possível noutras atividades dos cuidados primários”, frisou, reforçando que o desafio foi “gizar um sistema que tivesse o menor impacto possível naquilo que são as outras atividades dos cuidados primários”.
Sem querer fazer um balanço do primeiro dia da nova campanha de vacinação, Penha-Gonçalves fez questão de enfatizar que Portugal foi dos primeiros países a receber as novas vacinas adaptadas à variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 e revelou capacidade para iniciar a administração apenas dois dias após a chegada das doses ao território nacional. O sistema foi concebido nesta fase para vacinar cerca de três milhões de pessoas, com o coordenador do plano a assegurar que existem vacinas suficientes para todos.
“Temos previsto chegar este mês cerca de 2,5 milhões de vacinas. Para a semana chegam mais 600 mil, depois hão de chegar mais 600 mil, depois outras tantas… Portanto, vamos ter vacinas suficientes e em tempo útil para podermos vacinar estas pessoas. O desafio desta campanha é vacinar as pessoas em tempo útil e isso é antes de começar o próximo pico no inverno. Temos de proteger estas pessoas que estão em maior risco”, frisou.
Confrontado com a divulgação da norma da Direção-Geral da Saúde (DGS) apenas na véspera do arranque do processo e um eventual risco de confusão na população com a existência de diferentes faixas etárias na primeira fase de vacinação entre a vacina da covid-19, prevista para os maiores de 60 anos, e a vacina da gripe, que será administrada às pessoas acima dos 65 anos, o responsável relativizou a situação referindo a experiência do ano passado.
“Essa situação pôs-se o ano passado, portanto, os profissionais já têm bastante experiência sobre como lidar com essas situações. Já estão todos muito familiarizados com isso. As últimas normas da DGS estão publicadas, os profissionais de saúde estão cientes delas e temos falado com os profissionais ao longo deste período acerca das novas nuances que existem relativamente às novas vacinas. Todos estão informados acerca daquilo que têm de fazer e acho que aí não teremos problemas”, sentenciou.
O processo de vacinação hoje iniciado arranca em cerca de uma dezena de pontos de vacinação de norte a sul de Portugal continental e deve ser alargado a mais centros durante os próximos dias, com uma previsão de 200 mil pessoas vacinadas por semana até 17 de dezembro – o prazo estimado pelo coronel Penha-Gonçalves para a conclusão desta fase.
Os primeiros a ser chamados à vacinação serão os maiores de 80 anos com comorbilidades, um processo que vai decorrer novamente de forma escalonada, por faixas etárias, avançando à medida que se esgotem os agendamentos na faixa etária mais elevada.
São elegíveis para serem vacinadas as pessoas com 60 ou mais anos de idade, os residentes e profissionais dos lares de idosos e da rede nacional de cuidados continuados, as pessoas a partir dos 12 anos com doenças de risco, as grávidas com 18 ou mais anos e doenças definidas pela Direção-Geral da Saúde e os profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados.
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