A República islâmica tem sido palco de protestos desde que Mahsa Amini, uma jovem curda iraniana de 22 anos, morreu a 16 de setembro depois de ter sido presa em Teerão pela polícia da moralidade por violar um código de vestuário que exige que as mulheres usem véus.
Dezenas de pessoas, principalmente manifestantes, mas também membros das forças de segurança, foram mortas desde 16 de setembro durante comícios descritos como “tumultos” pelas autoridades, enquanto centenas de outras foram presas.
“O Tribunal Penal de Teerão abriu uma investigação para determinar a causa da morte de Nika Shakrami”, segundo disse na terça-feira o procurador da capital, Ali Salehi, citado pela agência Irna.
“Foi emitida uma ordem para investigar o caso e estão a ser tomadas as medidas necessárias a este respeito”, acrescentou.
A agência noticiosa Tasnim relatou que oito pessoas tinham sido presas pela sua alegada ligação à morte do adolescente.
“A investigação do caso ainda está em curso e os médicos forenses ainda não apresentaram o seu relatório final às autoridades judiciais”, acrescentou a agência.
Entretanto, de acordo com uma ordem dada na segunda-feira pelo Líder Supremo Ayatollah Ali Khamenei para classificar os manifestantes de acordo com os crimes de que são acusados, centenas de manifestantes foram libertados.
O alto funcionário judicial Kazem Gharib Abadi disse que, só na província de Teerão, mais de 620 manifestantes tinham sido libertados.
Por seu lado, o ministro do Interior iraniano, Ahmad Vahidi, atacou os criadores do principal ‘slogan’ de protesto “Mulher, Vida, Liberdade!
“Aqueles que criaram tais ‘slogans’ em nome da defesa das mulheres são a causa de cenas hediondas. Para elas, a liberdade para as mulheres é simplesmente não respeitar o véu islâmico”, disse, citado por Tasnim.
O procurador salientou, contudo, que aqueles “que agiram contra a segurança nacional” seriam tratados “sem clemência”.
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