Numa carta aberta publicada hoje, 218 parlamentares de 13 países que exportam armas ou peças para Israel manifestam o "compromisso de pôr fim à venda de armas" ao Estado de Israel.

"As nossas bombas e balas não devem ser utilizadas para matar, mutilar e espoliar os palestinianos (…) Não queremos ser cúmplices da grave violação do direito internacional por parte de Israel”, lê-se no documento ao qual a Agência Lusa teve acesso.

Os signatários de Portugal, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Canadá, França, Espanha, Holanda, Bélgica, Brasil, Austrália, Turquia e Irlanda prometem "tomar medidas imediatas e coordenadas" nos respetivos parlamentos nesse sentido.

Além dos cinco deputados do Bloco de Esquerda, incluindo a coordenadora, Mariana Mortágua, assina a carta aberta a congressista norte-americana de origem palestiniana Rashida Tlaib, uma das líderes de um movimento de protesto que tem vindo a recolher votos nas primárias democratas contra o Presidente Joe Biden por causa do apoio deste à guerra de Israel contra o Hamas em Gaza.

Entre os subscritores destacam-se também o antigo líder do Partido Trabalhista Jeremy Corbyn, entretanto afastado devido a uma polémica relacionada com antissemitismo, o deputado federal brasileiro, dirigente do Partido Socialismo e Liberdade, Guilherme Boulos, e o líder do partido espanhol Podemos, Ione Belarra.

A Internacional Progressista foi fundada em maio de 2020 e diz reunir mais de 100 organizações em diferentes países.

A guerra eclodiu em 07 de outubro, quando comandos do Hamas infiltrados a partir de Gaza lançaram um ataque sem precedentes contra o sul de Israel, que resultou na morte de pelo menos 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP produzida a partir de dados oficiais israelitas.

Durante o ataque, cerca de 250 pessoas foram sequestradas e levadas para Gaza. Destes, 195 foram libertados, mas 130 reféns ainda estão detidos no enclave, 31 dos quais se acredita terem morrido, segundo Tel-Aviv.

Em retaliação, Israel prometeu aniquilar o Hamas, que considera, juntamente com os Estados Unidos e a União Europeia, uma organização terrorista.

A ofensiva israelita causou até agora mais de 30.000 mortos em Gaza, a grande maioria deles civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.